Reproduzimos abaixo a declaração do movimento popular e revolucionário mexicano Corrente do Povo Sol Vermelho pela ocasião de um ano do brutal assassinato do revolucionário Luis Armando Fuentes Aquino, mais conhecido como “Comandante Gato”, no dia 11 de abril, pelas mãos de paramilitares.
“Há um ano, em 11 de abril de 2019, Luis Armando Fuentes Aquino foi morto em uma emboscada paramilitar no município de San Francisco Ixhuatán, Oaxaca. Sua morte responde aos interesses das grandes empresas internacionais do imperialismo europeu e canadense, que especificamente na Zona Norte do Istmo estão impondo o megaprojeto eólico e agora também um projeto de mineração.
Precisamente em Cerro Grande, São Francisco Ixhuatán, há uma concessão mineira de até 50 anos que pretende impor-se a essa comunidade, da qual Luis Armando era nativo.
‘Comandante Gato’, como foi carinhosamente chamado pelas comunidades indígenas e de pescadores, foi membro do Comitê de Defesa da Terra da Zona Leste do Istmo e liderança da Corrente do Povo Sol Vermelho. O camarada havia liderado importantes lutas em defesa da terra e do território, desde Fóruns da Unidade com outras organizações democráticas, até a instalação de Acampamentos Comunitários em terras destinadas a serem afetadas por empresas transnacionais.
Outras ações como tomadas de oficinas governamentais federais e estaduais, bloqueios de estradas, mobilizações em massa e greves de pagamento contra altos custos de energia elétrica, foram desenvolvidas com particular dedicação pelo camarada; um dia antes de seu assassinato Luis Armando estava à frente de um protesto de mais de dois mil camponeses e pescadores pobres por ocasião do Centenário do assassinato do General Emiliano Zapata, que também exigiu a apresentação viva do Dr. Ernesto Sernas Garcia. Um ano de fúria! Justiça para Luis Armando!”