Massas queimam o Instituto Nacional Eleitoral no dia 31 de maio, em Chiapas. Foto: Ángeles Mariscal
As massas do estado de Chiapas atacaram e queimaram as instalações do Instituto Nacional Eleitoral (INE), onde se localizavam parte das urnas para o novo ciclo da farsa eleitoral que ocorrerá em 6 de junho. Isso aconteceu em meio às manifestações que exigiam liberdade para os 19 estudantes normalistas de Mactumactzá que continuam presos, no dia 31 de maio. Foi deixada, no local, uma pichação escrita Liberdade aos normalistas!
Quatro veículos oficiais pertencentes ao INE que se encontravam no local também foram destruídos.
No dia 20/05, estudantes da Escola Normal Rural Mactumactzá já haviam realizado uma manifestação fora da sede do INE, onde picharam mensagens como Se não houver solução, não haverá eleição!, sobre a libertação dos estudantes.
Os protestos vêm ocorrendo desde o dia 18/05, quando 98 estudantes normais da escola rural de Mactumactzá foram detidos por protestar contra a realização online da prova de ingresso na instituição, afirmando que a maioria dos estudantes, camponeses, não tinham computadores próprios, ou mesmo tinham habituação com a utilização de computadores ou wifi. Entre os 98 estudantes presos, 74 eram mulheres, que relataram abusos sexuais por parte dos policiais durante a detenção. Quase 200 estudantes estavam desaparecidos depois da brutal repressão da polícia ao protesto.
O ataque ao INE do município de Tuxtla Gutiérrez se deu após, novamente, no dia 31/05, a polícia atacar estudantes de Mactumactzá e os camponeses e indígenas despejados do município de Chenalhó, em Chiapas, que se alojavam nas instalações da escola normal, enquanto os protestos continuavam. Os estudantes e camponeses foram reprimidos com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Os normalistas também bloquearam, mais cedo naquele dia, em Tuxtla Gutiérrez, o cruzamento da Libramiento Norte com a Vicente Fox, onde detiveram caminhões de empresas privadas em Chiapas, além de um caminhão de combustível.
Em resposta à tentativa de dispersão pela polícia com balas de borracha e gás lacrimogêneo, eles atiraram fogos de artifício e pedras.
Diante da sanha sanguinária do velho Estado em reprimir o povo, as massas responderam atirando pedras, paus e coquetéis Molotov contra o INE. Rechaçando a farsa eleitoral, as massas em luta amplamente denunciam que o governo de turno, que se autointitula o movimento da “quarta transformação do México” (“Movimento 4T”), de esquerda oportunista, na verdade só faz atacar as massas, entre elas os estudantes.
Atualmente, o “Movimento 4T” e os governadores regionais estão lançando uma campanha de mídia contra o movimento de formação de professores em todo o país e contra a própria educação pública. Desta forma, eles justificam sua sangrenta repressão contra estudantes e professores democráticos.
Protesto realizado em Chiapas rechaçando a repressão ao protesto dos estudantes de Mactumactzá no dia 31/05. Foto: Reprodução/ desinformemonos.org