Marcha solidária aos moradores vítimas de despejo é realizada. Foto: Sol Rojo
No dia 12 de março, moradores de uma ocupação urbana organizada pela Corrente do Povo-Sol Vermelho resistiram a uma ordem de despejo em Salina Cruz, Oaxaca. A terceira tentativa de despejo foi mais uma vez combatida pela população, que rejeitou de forma organizada a violência dos agentes do velho Estado em conluio com os especuladores imobiliários, recorrendo à legítima defesa elançando coquetéis molotov para proteger os moradores e casas da ocupação.
Os moradores cercaram a frente das casas e exigiram a retirada do representante do velho Estado que queria despejá-los; Porém, quando os agentes começaram a gerar o confronto e a cortar o trânsito, também ameaçando os moradores com armas de fogo, estes responderam mostrando unidade, combatividade e contundência no enfrentamento ao inimigo de classe.
As famílias afetadas pelo assédio ocorrido promoveram ações judiciais contra os despejos arbitrários cometidos através do conluio entre a burguesia imobiliária do porto de Salina Cruz (onde se encontra a ocupação), as autoridades judiciais e ministeriais e, também, contra os grupos mercenários.
No dia 18 de março, foi convocada uma marcha solidária aos moradores, com a presença de mais de 500 manifestantes entre ativistas e massas. A manifestação avançou pelas principais ruas do Porto, rumo à Justiça Civil, onde foi entregue um documento legal e se realizou uma vigorosa manifestação, denunciando a “autoridade” judiciária e ministerial de estar a serviço da burguesia imobiliária. Nas palavras da organização Corrente do Povo-Sol Vermelho, “a população entende claramente que se trata de uma luta de classes, e que não será ‘implorando por diálogo ou empatia’ do velho Estado que defenderá seu direito à moradia”.
O capanga Chan Manzano foi denunciado como o operador que realiza o trabalho sujo dos proprietários com aluguéis excessivos, contratos leoninos, ações judiciais formais e sentenças arbitrárias que resultam em novos despejos contra o povo.
Massas e revolucionários travam lutas em outras frentes.
Em Tehuantepec, zona norte do Istmo, a oposição popular contra o megaprojeto do Corredor Interoceânico continua crescendo notavelmente. Cada vez mais comunidades aglutinadas em torno da União das Comunidades Indígenas da Zona Norte do Istmo se mobilizam, realizando ações como bloqueio permanente de ferrovias, bloqueios de rodovias, entre outros;
Ao mesmo tempo, na zona sul, várias comunidades, além de manter paradas as obras de “modernização” das ferrovias, rejeitam a instalação de parques industriais que o imperialismo pretende impor aos territórios comunais; Uma importante assembleia de comunidades afetadas foi realizada no dia 12 de março em Tehuantepec, na qual interveio a Corrente do Povo-Sol Vermelho, acompanhando as autoridades agrárias, sindicatos agrícolas, sociedades de pessoas afetadas e moradores de várias localidades que o Corredor Interoceânico do Istmo de Tehuantepec pretende realizar despejos em massa.
Assembleia é realizada em Tehuantepec. Foto: Sol Rojo