Nos dias 15 e 14 de maio, o portal do movimento Corrente do Povo Sol Vermelho publicou duas declarações dos educadores do povo no México. A primeira é uma declaração conjunta em apoio ao magistério democrático, e a segunda celebrava os 12 anos de luta da Frente Educativa Popular Revolucionária.
Pronunciamento conjunto em apoio ao magistério democrático
Na declaração conjunta divulgado no dia 15 de maio, diversas organizações populares denunciaram as contínuas reformas antipovo promovidas pelo velho Estado mexicano, desmontando a saúde e educação públicas já frágeis. Afirmam: “As ‘reformas estruturais’ (contrarreformas) são a ferramenta das classes parasitárias no poder (latifundiários e grandes burgueses) para manter o proletariado, os trabalhadores e o povo do México subjugados, oprimidos e explorados. Estas contrarreformas são ditadas de cima e são do mais claro interesse do imperialismo”.
Agora, dizem eles, com o anúncio do “retorno à nova normalidade”, “fica mais uma vez claro que as classes parasitárias à frente do velho Estado não se preocupam em nada com a saúde e a vida do povo; o que realmente lhes interessa é a produção e circulação de mercadorias; embora isso deva ser apresentado num invólucro ‘humanista e demoliberal’ como o representado por Andrés Manuel López Obrador”.
Os revolucionários expõem que ao coagir pais e educadores com o retorno às aulas a partir de 18 de maio (sem a existência de condições de saúde, logística, operacional, de segurança, etc.) estão colocando em risco a saúde e a vida tanto das comunidades escolares como das localidades e municípios onde não há registros de contágio.
A declaração também denuncia a necessidade da grande burguesia de retomar o trabalho educacional como primeiro passo para retornar ao trabalho em geral. O próximo passo após esta “reabertura das atividades”, de acordo com a declaração, é um novo surto da epidemia, como se vê na Espanha nos últimos dias.
Estudantes, pais e educadores “são apenas cobaias no laboratório do ‘novo governo’, que, em meio às contradições interburguesas e ao golpe reacionário preventivo em curso continua fazendo concessões cada vez maiores aos latifundiários, à grande burguesia, às castas militares e ao seu velho Estado, mantendo sua completa sujeição ao imperialismo”.
Diante desta situação, eles afirmam que os que assinam o documento acreditam que o essencial ainda é defender a saúde e a vida do povo, e isto também (e sobretudo) implica defender a saúde e a vida dos filhos do povo, dos meninos e meninas em quem o regime quer experimentar um retorno à sua “nova normalidade”. “Este modo de produção não é normal! Esta sociedade estagnada e ultrapassada não é normal!”, arrematam os signatários.
E concluem, cravando que a única normalidade verdadeira e válida para os trabalhadores e o povo é a que será trazida pela Revolução de Nova Democracia ininterrupta ao Socialismo que aquele país exige.
Os revolucionários das organizações União Geral de Trabalhadores Agrícolas e Camponeses Bandeira Vermelha, Movimento Feminino Popular, Movimento Estudantil Popular, Advogado Popular Ricardo Flores Magón, Brigadas Juvenis do Povo e a Corrente do Povo Sol Vermelho exigem o encerramento imediato e a validação do ano letivo atual; parar a militarização do país e dissolver a Guarda Nacional, pois este é o quarto Exército reacionário na guerra contra o povo; suspensão de todas as atividades verdadeiramente não essenciais; garantias salariais, saúde e alimentação para toda a população.
“Greve Geral agora, em defesa da classe proletária! Viva a Coordenação Nacional dos Trabalhadores da Educação! Para uma linha de classe dentro do movimento sindical!”
12 anos de luta da Frente Educativa Popular Revolucionária
Em uma declaração divulgada pelo site da Corrente do Povo Sol Vermelho, no dia 14 de maio, comemorou-se os 12 anos de luta e resistência da Frente Educativa Popular Revolucionária, sendo que os revolucionários afirmam, nesses anos, que aprenderam que só a organização social e a disciplina são uma alternativa real às condições desfavoráveis que são impostas pelos ricos e poderosos do grande capital.
Desde sua fundação, dizem eles, a Frente Educativa Popular Revolucionária sofreu todo tipo de assédio e a intimidação de um sistema capitalista predatório que tentou em vários momentos por fim à sua luta. No entanto, conseguiram beneficiar setores como da educação, camponeses, microempresas e professores, entre outros, a fim de contribuir para a formação de uma sociedade revolucionária e justa para as massas populares.
E concluem, afirmando que “nossa organização social estará sempre ao lado da classe proletária, hoje mais do que nunca vamos demonstrar unidade, consciência de classe e promover os valores que nos ajudarão a avançar como uma sociedade. Viva a Frente Educacional Popular Revolucionária!”