MFP celebra 8 de Março com agitações em greve da professores e universidade de Minas Gerais

MFP celebra 8 de Março com agitações em greve da professores e universidade de Minas Gerais

Com informações do Movimento Feminino Popular

MFP intervém em aula inaugural na PUC Minas

Companheiras do Movimento Feminino Popular (MFP) Popular interviram na aula inaugural do Centro de Ciências Humanas realizada na PUC Minas–Coração Eucarístico na tarde deste dia 08 de março. Foram distribuídos os panfletos em homenagem ao dia Internacional da Mulher Trabalhadora e montada banquinha com livros sobre a questão feminina publicados pelo MFP.

A seguir, o texto da intervenção das companheiras:

“Em nome do MFP gostaria de saudar com ardor revolucionário a todas as mulheres do nosso povo que aqui estão presentes, as professoras, funcionárias e particularmente as estudantes que começam este novo ciclo de suas vidas ao ingressar numa universidade.

Saudamos as companheiras como parte das mulheres de nosso povo que são as mais labutadoras e ao mesmo tempo são as que mais sofrem com o aumento da carestia de vida, desemprego, descaso com a saúde, educação, com as péssimas condições de transporte e de todo o serviço público.

O dia 8 de Março não é o dia de todas as mulheres, mas o dia das mulheres trabalhadoras! Das operárias, comerciárias, professoras, motoristas, trabalhadoras da saúde, das que trabalham de telemarketing, diaristas entre outras. Essas mulheres chegam em casa e ainda cuidam dos filhos, lavam, passam e cozinham. Muitas mulheres jovens do nosso povo, como muitas das que estão hoje aqui presentes, além da labuta diária fora de casa e do trabalho doméstico, ainda encaram o desafio de estudar, sempre na esperança de conquistar uma vida melhor.

O dia 8 de Março é também o dia das mulheres chamadas “donas de casa”. Elas sempre são as primeiras a acordar e as últimas a dormir por serem responsáveis pelo trabalho doméstico, trabalho “invisível” e embrutecedor por não ser reconhecido como trabalho social. É o dia das mulheres camponesas, que trabalham na produção exploradas pelos latifundiários e ainda são responsáveis pela casa e filhos, além de um sem números de outras tarefas.

As mulheres das classes dominantes, ou seja do imperialismo, da grande burguesia e do latifúndio estão longe de passar na pele o que as mulheres do povo vivem. Ao contrário, sua condição de mulher não as tornam mais sensíveis ou tampouco mais delicadas quando aumentam a exploração, retiram os direitos do povo e reprimem sua luta. As governantes, juízas e policiais, a serviço destas classes, usam de toda a violência e desmandos contra o povo pobre.

Companheiras e companheiros, vivemos momentos de agudização da luta de classes em nosso país e em todo o mundo. O sistema imperialista mundial está afundado na pior crise de sua história e as potências imperialistas, principalmente o EUA, tem descarregado todo o peso da crise sobre os trabalhadores de seus próprios países e os povos dos países do Terceiro Mundo.

Em nosso país, a intervenção militar no Rio de Janeiro, longe de ser uma solução para o problema da chamada “segurança pública”, “combate a criminalidade”, como anuncia o governo e o alto comando do exército e repetem insistentemente o monopólio de imprensa com a Rede Globo à frente. É de fato um planificado ato preventivo a revoltas populares como as que estão explodindo volta e meia país afora.

Ao mesmo tempo é balão de ensaio para criar uma opinião pública favorável de um futuro golpe de Estado, frente a inevitável insurgência popular contra o estado de miséria e de abandono a que as massas trabalhadoras da cidade e do campo são submetidas por este Estado reacionário.

As favelas do Rio de Janeiro estão sendo convertidas em campos de concentração, com invasões de residências, revistas vexatórias e humilhações. O decreto que instaurou a intervenção dá carta branca aos militares para execuções sumárias, com a garantia de impunidade com a “segurança jurídica” exigida pelo comandante do exército, general Eduardo Villas Bôas.

São as forças armadas do velho Estado brasileiro de grandes burgueses e latifundiários serviçais do imperialismo, principalmente ianque, que historicamente aplastaram a ferro, fogo e sangue todas as tentativas de uma verdadeira revolução democrática de nosso heroico povo brasileiro, formado por operários, camponeses, pequenos e médios proprietários da cidade e do campo, professores, estudantes, intelectuais e artistas progressistas, indígenas e remanescentes de quilombolas.

O Exército é, em última instância, o principal garantidor e guardião, o “braço forte” deste poder genocida desse atrasado capitalismo burocrático, da semifeudalidade e do imperialismo que esmagam nosso povo e entravam o progresso de nossa pátria, mantendo o país afundado neste mar de lama de corrupção endêmica, modus operandi deste Estado e que graça desde as altas cúpulas às entranhas de todas suas instituições. Haja vista o período em que esteve no comando do regime civil-militar entre 1964 e 1985. Mesmo diante do chamado regime “democrático” sempre estiveram no comando da contrainsurgência popular.

O povo brasileiro já está farto de tanta mentira e enganação promovida pelas classes dominantes em nosso país. Enquanto aumentam a exploração retirando direitos e favorecendo os monopólios, insistem na velha farsa eleitoral, vendendo a ilusão de que a mudança dos gerentes de turno no velho Estado é o caminho para a mudança no país.

Todas as siglas do partido único já passaram pela gerência do velho Estado burguês e latifundiário e provaram que estão a serviço do latifúndio, da grande burguesia e do imperialismo, principalmente USA. O povo está cansado de enganação.

O boicote às eleições é crescente eleição após eleição. Nas últimas eleições presidenciais, para governadores e de muitas prefeituras a soma dos eleitores que não compareceram para votar com os votos brancos e nulos superaram os números de votos dos eleitos. A abstenção e o rechaço popular à farsa eleitoral é fato inconteste e aumentará a cada pleito.

Nem intervenção militar, nem farsa eleitoral melhorarão a vida do povo! Para se libertar de séculos de dominação, o Brasil precisa de uma Revolução! Revolução Democrática, que se inicia com a Revolução Agrária para entregar aos camponeses pobres, à classe operária, aos servidores públicos, professores e estudantes, bem como aos pequenos e médios proprietários, tudo o que lhe foi usurpado pelas classes de latifundiários e grandes burgueses serviçais do imperialismo, principalmente ianque.

Neste momento as professoras e os professores da rede estadual de ensino estão reunidos em assembleia prestes a deflagrar o movimento de greve. A gerência de Pimentel/PT além de atrasar os salários dos servidores públicos, no final ano anunciou a divisão do 13º salário em quatro parcelas (com exceção da polícia).

Isto é demonstração do quanto todos estes governos sucateiam a educação. O bandido Temer como continuação de uma política de destruição do ensino público corta verbas para a educação, promove a contrarreforma do ensino médio, tudo para aprofundar o processo de privatização do ensino.

As universidades públicas estão sofrendo drásticos cortes de bolsas, hospitais universitários sem verbas e desestruturados, muitos estudantes deixam a universidade devido a falta de assistência estudantil e corte de programas de bolsas. Favorecem assim os lucros exorbitantes das universidades privadas. Aqui na PUC por exemplo temos sofrido com o aumento das mensalidades, cortes no FIES, cortes nos programas de bolsas como o PIBID, suspensão no apoio financeiro aos estudantes que apresentam trabalhos científicos em outras universidades e demissão de funcionários.

A resposta dos estudantes diante disso tudo é a luta cada vez mais combativa, como tem sido as greves e ocupações que estouram pelo país. No ano passado, no dia 23 de novembro, a EXNEPe – Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia organizou um vigoroso dia Nacional de Luta que se estendeu por todo o país e prepara desde já o seu próximo Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia.

Em todas essas lutas do povo a participação das mulheres é indispensável. Devemos ombro a ombro com nossos companheiros atuar na luta de classes. Nossa luta não é contra os homens do povo, mas contra todo este sistema de exploração que divide a sociedade em classes e é a base sob a qual se sustenta toda uma cultura patriarcal machista que relega as mulheres do povo às funções mais secundárias na sociedade. Porém nós mulheres do povo possuímos uma força inquebrantável. Momentos de luta se avizinham e estaremos em posição de combate.

Saudamos uma vez mais as mulheres aqui presentes e convocamos para nos organizar e lutar! Despertar a fúria revolucionária da mulher e romper as cadeias deste sistema de exploração e opressão.

Despertar a fúria revolucionária da mulher!

Professores de Minas Gerais deflagram greve. MFP faz agitação na assembleia com o boletim “Viva o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora!”

Na tarde desta quinta-feira, 8 de março, os professores da rede estadual de ensino deflagaram movimento de greve contra a política do governador Pimentel/PT de atraso do pagamento dos salários, divisão do 13º salário, não cumprimento do piso salarial, entre outras medidas de sucateamento da educação.

O MFP esteve presente na assembleia juntamente com o Moclate (Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação), e realizou uma vigorosa agitação com o boletim “Viva o dia Internacional da Mulher Trabalhadora!” Muitos professores se interessaram pelo material, particularmente contra a intervenção militar no Rio de Janeiro, e disseram que trabalharão o texto com seus alunos, com a preocupação de denunciar os planos dos milicos de desencadear um golpe de Estado em nosso país.

Uma companheira do MFP usou o microfone para saudar as professoras pela passagem do 8 de março, demarcou posição com o movimento feminista burguês e convocou as mulheres professoras para o caminho da luta combativa e classista.

Viva a luta dos professores!

Viva o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora!

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