Na madrugada do dia 24 de junho, criminosos incendiaram escola indígena da aldeia Xakriabá. O fogo destruiu principalmente biblioteca e secretaria e atingiu também a casa de medicina tradicional, em São João das Missões, norte de Minas Gerais. O ataque ocorreu após manifestações e bloqueios de BRs ocorridos na região em protesto contra o PL 490/07 e o marco temporal.
Queimaram todos os computadores e a principal casa de medicina tradicional que por muito tempo a comunidade lutou para preservar. Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o crime ocorreu após “ameaças contra a vida das pessoas que vivem no território”.
Escola indígena da aldeia Xakriabá é alvo de incêndio após vigorosos atos. Foto: Reprodução
Imagens do momento em que parte das edificações da comunidade ardiam em chamas. Foto: Reprodução
Antes do ataque, indígenas rechaçaram o “Marco Temporal”
No dia 23, um dia anterior ao ataque, indígenas protestaram contra a PL 490/07, fechando durante cinco horas a BR-135, localizada entre São João das Missões e Manga e também as estradas vicinais. No mesmo dia, o PL estava em votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O ato fazia parte do Levante Pela Terra, organizado pelos povos indígenas em todo países e lideranças acreditam que o crime ocorreu em represália às manifestações.
Em entrevista ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a diretora e professora da escola, Cida Xakriabá, afirma que esta não é a primeira vez que o povo Xakriabá enfrenta ações desta magnitude. “Queimaram os prédios, mas nunca queimarão a história nem apagarão a luta e a resistência do nosso povo”, afirma.
Em 24 de junho, ato bloqueia a BR-135, localizada entre São João das Missões e Manga e outras vias da região. Foto: Reprodução