MG: Cine debate em Montes Claros homenageia a Resistência Nacional Palestina

Participantes assistiram entrevista com jornalista Lucia Helena Issa no programa A Propósito. Foto: Banco de Dados AND

MG: Cine debate em Montes Claros homenageia a Resistência Nacional Palestina

No dia 22 de Novembro, às 17h30, foi promovido um cine debate em homenagem à Resistência Nacional Palestina na Unimontes. Foram exibidos a entrevista com a jornalista Lúcia Helena Issa, apresentada no programa A Propósito do canal do AND no Youtube e um curta “Gaza: Una mirada a los ojos de la barbarie”.

Participaram do evento integrantes do Comitê de Apoio à Luta pela Terra, Associação Brasileira dos Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo), Frente de Luta Contra o Novo Ensino Médio, Socorro Popular, Comitê de Apoio ao AND de Montes Claros, União da Juventude Comunista (UJC), além de professores e estudantes da Unimontes, inclusive dos Cas de Ciências Contábeis e Ciências Sociais. Ao lado da tela de vídeo foi erguida a bandeira Palestina. No quadro, sobre um tecido verde, podia-se ler em árabe: Palestina Livre! Palestina Resistirá! E Triunfará!. Ao lado, o cartaz da Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo: Palestina Resiste! Palestina Triunfará!. Em outro quadro ao fundo, o mesmo conteúdo foi escrito em vermelho no quadro branco, com a tradução para português. 

O debate foi profícuo e enriquecido com depoimentos emocionantes de uma das estudantes ali presentes, que morou durante 1 ano na região da Palestina e por 7 anos em Israel. Ela afirmou que presenciou muito do que foi descrito pela jornalista entrevistada. Relatou cenas de colonos judeus sionistas que cuspiam ao vê-la andar pelas ruas, ainda que ela estivesse claramente vestida como uma religiosa cristã. Estes, em seu relato, costumam cuspir e mudar de calçada ao ver árabes ou cristãos transitando nas ruas. Presenciou a desigualdade de forças militares da resistência palestina, que enfrentavam tropas e tanques israelenses com pedras e estilingues, tal como é conhecido em imagens históricas como a icônica foto que circulou pelo mundo, do menino Faris Odehum, palestino assassinado pelas Forças de Israel perto do posto de fronteira de Karni, na Faixa de Gaza, quando atirava pedras contra os tanques israelenses em 08 de novembro de 2000. O relato foi um importante testemunho da opressão colonial sofrida pelo povo palestino, bem como um registro que comprova os avanços da luta e capacidades da Resistência Nacional Palestina testemunhada por ela nos anos 2000 e registrada nos dias de hoje.

Consigna foi escrita em árabe em faixa para decorar evento. Foto: Banco de Dados AND
Consignas decoraram cine debate. Foto: Banco de Dados AND
Faixa foi posicionada ao lado de cartaz da FRDDP. Foto: Banco de Dados AND

Sobre o Hamas, ela reafirmou não conseguir vê-lo como uma força terrorista, já que atua com o que tem à mão. Ela afirmou ainda nunca ter presenciado ataques destes a civis judeus-israelenses.

Ela relatou seu sofrimento neste momento, ao rever fotos de amigos que fez enquanto ali vivia e se pergunta se aqueles ainda estariam vivos ou como estariam sofrendo com o terrorismo de dimensões gigantes empregadas por Israel neste momento. 

Ela ainda mostrou um artesanato que ganhou de presente quando se despediu dos seus amigos ao retornar ao Brasil, relembrando a necessidade daquele povo em viver, ou da agricultura ou do artesanato, diante da falta de opções de trabalho em que se encontram. Este relato, em especial, emocionou a todos, visto que temos ciência, conforme a própria Helena Issa confirmou, que Israel concreta as fontes de água pertencentes ao palestinos. No curta metragem pudemos ver o depoimento revoltante do agricultor que sofre cotidianamente com a destruição das suas plantações. 

As intervenções dos presentes no evento destacaram as semelhanças entre as lutas dos povos originários do Brasil na luta contra a brutal colonização enfrentada contra os portugueses e ingleses, hoje imposta aos palestinos por Israel em pleno século XXI, com seu racismo sionista. Afora crimes de guerra cometidos todos os dias, com prisões sem acusações, controle da água, da energia elétrica, do direito de ir e vir, do envenenamento e destruição constantes de plantações e outras atrocidades inimagináveis. Este aspecto inclusive foi levantado por uma integrante do Comitê de apoio à luta pela terra, lembrando que estes fatos também fazem parte do cotidiano dos camponeses do nosso país, algo que o monopólio da imprensa nunca divulga, tal como o faz hoje na cobertura desta guerra genocida implementada por Israel após 7 de outubro.  Ela ressaltou: “isto acontece aqui, em nosso país também, aqui no Norte de Minas, da mesma forma que acontece lá”. O curta-metragem, inclusive, expunha um depoimento de um camponês que persiste plantando após cada destruição de suas plantações pelo exército sionista e genocida de Israel. 

A integrante da Abrapo chamou atenção para a forma como o monopólio de imprensa se utiliza arbitrariamente de conceitos, tais como genocídio e terrorismo, destacando que nunca se fala do nível de gravidade, dentro das próprias leis de guerra internacionais, quanto ao crime de colonialismo em relação ao sequestro de civis, algo que o Hamas lançou mão como forma de conter os crimes cotidianos implementados pelos genocidas israelenses. Chamou à leitura de um documento que em breve será lançado pela Abrapo abordando e esclarecendo tais aspectos e conceitos de jurisdição de guerra. Neste aspecto, um estudante ponderou sobre o que é a diferença entre a violência dos opressores e o direito de autodefesa dos oprimidos: a violência justa e única forma encontrada hoje pelo povo palestino de sobreviver.

Enfim, tocados pela forma emocionante com Helena Issa encerra sua entrevista, todos se viram representados no exemplo que ela dá sobre o significado de plantar uma tamareira, árvore que demora anos para dar frutos, sendo estes somente desfrutados por gerações vindouras. Assim, uma integrante do Comitê de Apoio ao AND expôs sua interpretação dos vídeos: a intrépida luta do povo palestino neste momento representa um farol na justa luta, com armas nas mãos, contra o imperialismo. Ainda que existam limitações na linha ideológica que conduz esta resistência, o povo palestino está contribuindo decisivamente para sepultar de vez o imperialismo, especialmente o ianque, que insiste em impor seus interesses sobre os povos  do mundo, mandando, explorando e saqueando. O futuro do povo palestino é brilhante, assim como o de todos os povos do mundo inteiro. A história confirmará.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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