MG: Comissão avalia corte de recursos à Santa Casa em Lagoa Santa

Foto: Reprodução.

MG: Comissão avalia corte de recursos à Santa Casa em Lagoa Santa

Uma reunião organizada pela Comissão de Acompanhamento do Contrato da Prefeitura de Lagoa Santa acendeu um alerta sobre os efeitos de uma proposta da Secretaria Municipal de Saúde que prevê a redução de mais de R$ 300 mil mensais nos repasses à Santa Casa de Misericórdia, também conhecida como Hospital Lindouro Avelar. Representantes do hospital participaram do encontro e destacaram preocupações com os prejuízos que a medida pode causar aos serviços essenciais de saúde para a microrregião.

Durante a reunião, a Comissão ressaltou que a proposta ameaça comprometer serviços essenciais, como urgência, emergência e procedimentos eletivos. A Santa Casa é uma referência importante para Lagoa Santa e municípios vizinhos. Reduzir o orçamento pode afetar diretamente a continuidade e a qualidade dos atendimentos, deixando a população vulnerável.

A Prefeitura defendeu a proposta citando a Lei nº 8.666/1993, que permite alterações em contratos administrativos para equilibrar as finanças públicas. A gestão municipal enfatizou que a redução será aplicada apenas ao contrato 064/2023, enquanto os valores do contrato 078/2023 permanecerão inalterados. No entanto, a medida levantou questionamentos, especialmente porque a Comissão apontou falta de expertise técnica para avaliar com profundidade os impactos financeiros e orçamentários do corte.

Preocupações levantadas pela Comissão

Entre os principais questionamentos estão: A qualidade do atendimento será comprometida? As metas de saúde municipais deixarão de ser atingidas? A população da região ficará sem assistência adequada?

A necessidade de estudos detalhados sobre o impacto do corte foi unanimemente defendida. Sem uma análise aprofundada, os participantes concordaram que é difícil tomar decisões que equilibram finanças públicas sem afetar negativamente a saúde da população.

A Câmara Municipal de Lagoa Santa decidiu se envolver no debate. Vereadores e outras autoridades planejam convocar o Secretário de Saúde, João Paulo, para prestar esclarecimentos. A intenção é buscar alternativas que assegurem a continuidade dos serviços prestados pela Santa Casa sem comprometer o atendimento à população.

A Importância da Santa Casa em Belo Horizonte

As Santas Casas têm um papel histórico e essencial no sistema de saúde, especialmente em Minas Gerais. Em Belo Horizonte, a Santa Casa é uma das instituições de maior relevância, oferecendo atendimento em diversas especialidades e sendo referência em urgências, emergências e tratamentos complexos. Milhares de pessoas recorrem ao hospital anualmente, especialmente as que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além disso, a Santa Casa de Belo Horizonte realiza procedimentos de alta complexidade que outras unidades da região não oferecem. Ela é um alicerce fundamental para desafogar a rede pública municipal, atendendo pacientes não só da capital, mas de várias cidades do interior.

Nas cidades menores, as Santas Casas são muitas vezes a única opção de assistência médica especializada. Em locais onde a saúde pública enfrenta desafios significativos, esses hospitais garantem acesso a serviços como partos, cirurgias e tratamentos de emergência.

Sem o suporte dessas instituições, a população do interior estaria em situação ainda mais crítica. A presença das Santas Casas no interior de Minas Gerais é vital para reduzir a desigualdade no acesso à saúde, permitindo que os moradores dessas regiões recebam atendimento de qualidade sem precisar se deslocar para grandes centros urbanos.

A situação da saúde pública no Brasil.

O cenário da saúde pública no Brasil apresenta grandes desafios. Muitos municípios enfrentam dificuldades para garantir o atendimento básico à população. Hospitais públicos e filantrópicos frequentemente operam acima da capacidade, devido à escassez de recursos e à alta demanda. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil possui menos de 2 leitos hospitalares por mil habitantes, número abaixo da média recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além disso, o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é um problema recorrente. Embora o SUS seja um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, ele depende de repasses financeiros que muitas vezes são insuficientes para atender à demanda crescente. Isso resulta em filas, falta de medicamentos e atrasos em tratamentos essenciais.

Em Belo Horizonte: Segundo dados recentes da Secretaria Municipal de Saúde, mais de 30% dos atendimentos de urgência na capital são realizados em unidades filantrópicas, como a Santa Casa. Isso demonstra a importância dessas instituições para o funcionamento do sistema de saúde local.

No Brasil: De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 70% da população depende exclusivamente do SUS. O número de cirurgias eletivas em atraso, por exemplo, ultrapassa 1,2 milhão, refletindo os desafios enfrentados no sistema público.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: