A Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe), junto à Executiva Nacional de Estudantes de Filosofia (ENEF), realizou uma grande agitação política contra o corte de verbas nas universidades públicas. Durante todos os dias 09/08 e 10/08, estudantes de Pedagogia, Filosofia, Educação Física, Geografia, entre outros cursos, passaram em todas as salas de aula da universidade, denunciando os mais recentes cortes de verbas e ataques contra a Educação impostos pelo gerenciamento de Temer e sua quadrilha. Muitos cartazes foram colados por toda a universidade e uma grande faixa contra a BNCC foi estendida na entrada do campus.
No dia 10/08, agitações com panfletagens foram realizadas no Restaurante Universitário e no hall do CCH – Centro de Ciências Humanas, onde funcionam os cursos de licenciaturas; mais de 1.000 panfletos assinados pela ExNEPe e ENEF foram distribuídos. Em mais uma demonstração de independência financeira, política e classismo da ExNEPe, mais de 100 rapaduras foram vendidas nestes dois dias, como parte da campanha de finanças para arcar com as dívidas contraídas para participação da delegação mineira no vitorioso 38º Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ENEPe).
A agitação foi muito bem recebida pelos diferentes setores da comunidade acadêmica. O sindicato dos professores (Adunimontes) contribuiu com a impressão dos panfletos. Vários professores cederam parte de suas aulas para debater sobre o desmonte da universidade e escolas públicas e propuseram mais atividades como assembleias e debates, comprometendo-se em apoiar o Pós-ENEPe e demais mobilizações da jornada de lutas. Ativistas da atual gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e de diferentes Centros Acadêmicos (CA’s) envolveram-se diretamente nas passagens em sala e uma reunião entre os CA’s, movimentos populares e entidades estudantis e sindicais foi marcada para dar continuidade às mobilizações contra o desmonte e privatização das universidades e escolas públicas. Uma nova manifestação, unificada com os trabalhadores em educação da rede municipal e estudantes do ensino médio, já está sendo convocada para o dia 14/08, na praça Dr. Carlos, no centro da cidade.
Na Unimontes a situação é particularmente grave. Sua estrutura física é sistematicamente sucateada e a Reitoria, seguindo a política criminosa de Fernando Pimentel/PT, é cúmplice dos projetos privatistas encabeçados na instituição pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino Superior do Norte de Minas (Fadenor), fundação privada que já controla parte significativa dos recursos públicos da instituição e que já está alterando seu estatuto no sentido de ampliar a sua ingerência sobre a Unimontes. Os funcionários recebem salários aviltantes e os professores um péssimo plano de carreira, além de receberem seus pagamentos parcelados e constantemente atrasados.
A principal reivindicação dos estudantes é a Assistência Estudantil, inexistente na maior universidade estadual de Minas Gerais, apesar de uma lei estadual a respeito já ter sido aprovada há quase um ano e que é agravada pela atual interrupção das bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Levantamento recente, promovido por pesquisadores progressistas da universidade, apresenta uma preocupante estimativa de que, pelo menos 40% dos estudantes, particularmente das licenciaturas, já foram obrigados a abandonarem ou trancarem os seus cursos devido à total falta de condições materiais de prosseguirem os seus estudos. É importante destacar que a imensa maioria destes estudantes são filhos ou descendentes diretos de camponeses pobres, quilombolas e indígenas.
Durante todas as atividades os estudantes denunciaram a criminalização dos movimentos populares e a mais recente absurda condenação dos 23 ativistas populares da juventude combatente do Rio de Janeiro.