MG: Entrevista com estudantes da UFMG em luta pela alimentação estudantil

Lutando por permanência, estudantes independentes realizam o “Bandejão na Moradia”, atividade que organiza a alimentação estudantil nos domingos, dia em que não há nenhuma alimentação garantida pela FUMP (Fundação Mendes Pimentel)
Foto: Reprodução

MG: Entrevista com estudantes da UFMG em luta pela alimentação estudantil

Lutando por permanência, estudantes independentes realizam o “Bandejão na Moradia”, atividade que organiza a alimentação estudantil nos domingos, dia em que não há nenhuma alimentação garantida pela FUMP (Fundação Mendes Pimentel)

Estudantes de baixa renda, residentes nas moradias estudantis da UFMG se organizam pelo direito à alimentação estudantil, não garantida nos finais de semana e feriados. 

Lutando por permanência, estudantes independentes realizam o “Bandejão na Moradia”, atividade que organiza a alimentação estudantil nos domingos, dia em que não há nenhuma alimentação garantida pela FUMP (Fundação Mendes Pimentel) ou pela própria UFMG. 

Em entrevista concedida ao Jornal A Nova Democracia e Tribuna do Trabalhador, um representante relata:

“A gente mesmo criou com as nossas próprias mãos … Para ajudar a galera que fica sem comida no domingo.  Todo domingo a gente prepara um almoço com muito esforço e carinho para garantir uma refeição saudável, completa e digna para quem está precisando. Só. mesmo fazendo 140 pratos, tendo em vista que a gente já conseguiu fazer 200. A gente não consegue atender todo mundo. São muitos estudantes, é muita gente com fome. 


O problema é que o restaurante da UFMG só funciona de segunda a sexta-feira, com a única refeição servida no almoço de sábado. Então a gente tem o café da manhã, almoço e janta de segunda a sexta-feira e o almoço sábado. Porém o resto do sábado e do domingo, a gente fica desamparado totalmente. O que faz com que o domingo seja uma situação muito crítica, porque não tem absolutamente nada. E quem mais sofre com isso são os estudantes carentes, os estudantes pobres, LGBTs, pretos e pessoas que já estão em uma situação de vulnerabilidade e dependem desse apoio para conseguir ficar na universidade, para permanecer na universidade, porque a alimentação é permanência! Não dá para se formar sem o básico. E vale lembrar que a moradia fica em uma região muito cara aqui em Belo Horizonte, onde os mercados, hortifrutis, enfim, eles têm preços absurdos e abusivos. A situação se compreende ainda mais para quem veio de longe, com pouca grana e precisa sobreviver aqui. 

Que essa é a situação da grande maioria da moradia. A grande parte veio de outras cidades, veio de outros estados, veio de outras regiões do país. Enfim, foi com o Bandejão da Moradia que ele surgiu como um grito de socorro. A gente faz o que pode, mas a gente sabe que isso não vai resolver todo o problema. Nós nunca vamos conseguir contemplar todo mundo, mas a UFMG consegue. 

Outras universidades federais já têm refeição garantida no fim de semana. E a UFMG, que enche o peito para falar que é uma das melhores do país, ainda está devendo nesse critério tão importante para a permanência estudantil. Enfim, a nossa luta com o bandejão da moradia é por permanência, dignidade e justiça.

As moradias da UFMG hoje abarcam, em média, 600 estudantes. Diversos estudantes também já relataram não apenas o descaso com a alimentação, mas também, as bolsas de permanência. 

Para apoiar a organização dos estudantes, foi disponibilizada a chave pix: amufmg.gmail.com. As informações são divulgadas no perfil: @moradiasufmg. 

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