Com informações de apoiadores de AND de Uberlândia
Reunidos no auditório da Universidade Federal de Uberlândia (MG), estudantes e professores debateram a questão da farsa eleitoral, a necessidade do boicote e a saída revolucionária frente a essa situação de opressão e exploração às quais são submetidos o povo brasileiro.
O debate contou com a presença do jornal A Nova Democracia e do Comitê de Defesa dos Direitos dos Trabalhadores (CDDT) que discutiram, além do boicote à farsa das eleições, temas como a democracia, os pilares que mantém o sistema capitalista (o monopólio da imprensa, do sistema financeiro e dos poderes judiciário e militar), o papel da esquerda oportunista e reformista no atual cenário, e a saída real para os trabalhadores frente ao processo de crescimento da reacionarização no Brasil.
De acordo com a intervenção do professor que compôs a mesa de debates, a democracia no Brasil teve suas origens com um golpe militar no final do século XIX resultando na criação da república, sem a participação do povo e com privilégios apenas para as classes dominantes. Desde então, os processos eleitorais burgueses-latifundiários seguem distanciando-se cada vez mais do povo, proporcionando às camadas populares apenas o direito a consulta periódica (a cada dois anos) para a escolha dos administradores de turno do sistema capitalista.
Na verdade, ao longo do século XX e início do século XXI, pouco avanço na luta pela emancipação dos trabalhadores ocorreu de fato por meio das eleições reacionárias. O que vemos é praticamente a alternância de grupos políticos no poder, ora para a manutenção do sistema burguês-latifundiário, ora para a tentativa de reformas de cunho social sem a transformação em sua essência, ou seja, mudar tudo para tudo continuar como está, pois nem os governos mais “progressivos” propuseram de fato mudar o regime político e econômico em benefício da maioria da população.
Os “governos” petistas de Lula e Dilma não fizeram mais do que reforçar as bases da estrutura desse velho Estado, prosseguiu ele. Não mexeram na estrutura fundiária (reforma agrária) e menos ainda no sistema financeiro e nas estruturas do judiciário e militar, elementos fundamentais da repressão contra o povo. Nem mesmo a quebra do monopólio da imprensa foi alterada, mantendo o controle e a concentração dos principais meios de comunicação nas mãos de uns poucos grandes burgueses.
A esquerda oportunista reformista no gerenciamento do velho Estado negociou esmolas para o povo ao mesmo tempo em que promoveu mais riqueza para os monopolistas. O governo do PT, ainda, sancionou leis que reprimem e criminalizam os movimentos sociais, conforme a intervenção do representante do jornal A Nova Democracia.
O debate encerrou com a unidade das opiniões em torno de que a única saída possível para o recrudescimento do fascismo e contra as políticas antipovo dos governos títeres do imperialismo ianque deve ser mesmo o caminho revolucionário. Que não basta apenas chamar o voto nulo, mas trabalhar o boicote das eleições juntamente com a politização, organização e mobilização das massas populares.