No dia 16 de julho, estudantes e vendedores ambulantes da Associação de Vendedores da UFMG em meio à feira estudantil, resistiram à represálias por membros da diretoria da Faculdade de Educação após a realização de atividade de autossustentação.
O evento, idealizado pela Executiva Mineira de Estudantes de Pedagogia e pela Associação de Vendedores da UFMG junto de diversos estudantes da Faculdade de Educação visava o acesso democrático do espaço público da universidade, o direito ao trabalho e a autossustentação de estudantes independentes.
Com um histórico de perseguição, a atividade foi interrompida por membros da congregação da faculdade, alegando que não havia autorização para a realização da atividade. Os representantes da burocracia universitária afirmaram que a faculdade “viraria um viaduto”, que “estava ficando fora de controle. E se viessem 10, 20, 50 ambulantes?”, inferiorizando o trabalho dos ambulantes.
Diversas perguntas capciosas foram realizadas aos estudantes junto aos seguranças, conhecido pelos estudantes como os “marronzinhos”, que pediam documentos e carteirinhas de identidade da UFMG. Outros professores atacavam estudantes dizendo que seus lugares não eram na Faculdade de Educação, por estarem matriculados em outros cursos (mesmo que licenciaturas).
Os ataques foram proferidos por professores e membros da burocracia universitária que, em específico na Faculdade de Educação, possuem um longo histórico de atitudes policialescas e persecutórias aos movimentos estudantis independentes.
Ao fim, os estudantes e ambulantes conseguiram apoio dos demais estudantes.
Descaso
A Faculdade de Educação é conhecida por, no período noturno, ser extremamente escura em seu redor, mesmo sendo a maioria de estudantes mulheres. Sua biblioteca está localizada na Biblioteca Central, longe do acesso da maioria das estudantes do noturno, que chegam atrasadas para as aulas por conta do trabalho e saem mais cedo, por conta do horário. Não há cantina e as salas são permanentemente trancadas sem qualquer motivo.
Muitas estudantes, na luta pela autossustentação, alegaram terem seus materiais roubados e, mesmo com uma cantina sempre fechada, foi alegado não haver local para ajudar a guardar seus pertences.
Na “caçada” aos estudantes, diretoria e movimentos estudantis ligados ao oportunismo eleitoreiro realizam reuniões a portas fechadas, entregando filmagens e fotos das atividades realizadas pelos estudantes.
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Reproduzimos na íntegra o panfleto divulgado pela Executiva Mineira de Estudantes de Pedagogia.