MG: Estudantes e professores da Unimontes derrubam política de precarização do Caetan

Após muitas tentativas, a coordenação do HU finalmente se dispôs a ouvir a comunidade acadêmica e acatar suas demandas.
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MG: Estudantes e professores da Unimontes derrubam política de precarização do Caetan

Após muitas tentativas, a coordenação do HU finalmente se dispôs a ouvir a comunidade acadêmica e acatar suas demandas.

Na terça da semana passada (29), cerca de 200 estudantes de medicina e outros cursos da Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros) se reuniram em assembleia geral para discutir a situação do Caetan (Centro Ambulatorial de Especialidades Tancredo Neves), vinculado ao HU (Hospital Universitário), que vinha sofrendo modificações gravíssimas e prejudiciais ao atendimento da população e à formação dos estudantes.

Três dias após a assembleia, que deliberou pela realização de uma manifestação caso a gestão do HU não voltasse atrás, os estudantes obtiveram o compromisso da gestão HU de retornar à forma anterior de organização do espaço do Caetan, resultando em uma importante vitória do movimento estudantil e de professores da Unimontes.

Na assembleia, a diretoria do CAMR (Centro Acadêmico Mario Ribeiro) denunciou que as modificações no espaço do HU ocorreram devido a uma medida antidemocrática tomada pela direção do HU, que com a aprovação de um projeto de pesquisa importante para o desenvolvimento científico, decidiu que seria necessário a ocupação de dois andares do Caetan para sua consecução.  

Entretanto, essa medida ocorreu sem considerar a opinião dos estudantes e dos professores, resultando em prejuízo enorme para a formação, com a redução dos atendimentos e sua realização em espaços inadequados, bem como a flexibilização das escalas em muitos turnos devido a diminuição do número de salas. Tudo isso prejudicaria não só os atendimentos clínicos, mas outros momentos formativos dos estudantes como os Grupos de Discussão e as práticas em salas de simulação. 

Na assembleia, a coordenadora do curso Thaisa relatou a gravidade das modificações que estavam ocorrendo. Deu como exemplo a situação de um professor que no dia 07 de agosto foi “desalojado dos seus consultórios, sem aviso prévio, e deslocado para ambiente inadequado, culminando em decisão de reduzir pela metade o número de agendamentos de pacientes”. Em alguns consultórios foram colocadas divisas para que ocorressem atendimentos simultâneos, comprometendo o sigilo necessário ao atendimento de algumas especialidades médicas.

Na sexta (01), três dias após a assembleia, o CAMR informou em seu instagram (@camroficial) que “tiveram uma reunião sobre o Caetan com o superintendente do HUCF, DDA, Coordenação de Curso, diretoria de centro e representante da reitoria, coordenação do 8º período e chefe de clínica médica com o CAMR” e que “nessa conversa ficou verbalmente combinado que as divisórias do 6º andar serão retiradas e as portas do novo andar serão abertas para uso acadêmico”. Disseram também que até o final de semana seguinte (9 e 10) a gestão do HU dará um retorno definitivo e escrito sobre a questão. 

Após muitas tentativas, a coordenação do HU finalmente se dispôs a ouvir a comunidade acadêmica e acatar suas demandas, mostrando que com mobilização e organização é possível barrar a precarização da saúde e da educação e conquistar vitórias. 

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