MG: Jovem é preso após postagem satirizando Bolsonaro

MG: Jovem é preso após postagem satirizando Bolsonaro

Foto: Reprodução Twitter

Um jovem de 24 anos foi preso após fazer uma postagem no twitter satirizando o presidente fascista Jair Bolsonaro. João Reginaldo da Silva Júnior foi preso pela Polícia Federal no dia 03 de março e solto no dia 4, por volta das 18h.

João contou que policiais das Rondas Ostensivas Com Cães (ROCCA) da Polícia Militar de Minas Gerais, foram até sua casa, onde mora com os pais. A prisão se deu após uma investigação do serviço de inteligência da PM de Minas, que monitora postagens na internet e concluiu que João agiu “com propaganda e incitação à prática de crimes contra a integridade física e a vida do Exmo. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro com promessas de que tais ameaças se concretizariam durante a sua passagem nesta cidade de Uberlândia na data de hoje”. Os militares deram voz de prisão em flagrante ao jovem por crimes contra a segurança nacional.

Os PMs conduziram o jovem até a Delegacia da Polícia Federal em Uberlândia, onde teve a prisão ratificada pelo delegado federal Laerte Vieira Gonçalves Neto e levado para o Presídio Uberlândia 1. Por volta das 18h30 ele foi colocado em liberdade provisória, após pedido da defesa.

No Twitter, João escreveu: “Gente, Bolsonaro em Udia (Uberlândia) amanhã… Alguém fecha virar herói nacional?”, a conta vinculada ao jovem tem somente 150 seguidores, segundo ele a intenção era de fazer uma sátira e não a de incitar algum atentado contra Bolsonaro:  “não sou figura pública, sou pessoa anônima, com poucos seguidores, fiz de forma para ser de humor para pessoas que me seguiam. (A publicação) tomou uma proporção que eu não esperava e tiraram de contexto”, contou.

João contou que o tuíte já foi apagado. Ele ainda disse que teve que prestar depoimento à Polícia Federal: “Eles acharam por bem me levar para o presídio e fiquei de ontem para hoje e por volta das 18h saí do presídio. Acredito que, quando me conduziram e prestei depoimento, deveriam ter me liberado sem efetuar a prisão. Acredito que alegar segurança nacional em tuítes como o meu pode abrir precedentes perigosos contra a liberdade de expressão das pessoas”, afirmou o jovem.

A postagem de João recebeu três compartilhamentos, segundo o serviço de inteligência da PM, essas pessoas também estão sendo investigadas. Os policiais chegaram a ir até a casa das pessoas mas não conseguiram localizá-las. Porém, a PF comunicou que seguirá com as investigações e as quatro pessoas. Tanto João, quanto as pessoas que responderam a postagem poderão ser indiciadas pelo mesmo crime. Durante o depoimento João disse que não conhece as pessoas que responderam o seu tuíte.

A Tricotti Advogados, que defende João, afirmou em nota pública que “a prisão foi medida indevida, desnecessária e desproporcional”.

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