MG: Juiz ordena despejo e quilombolas decidem resistir

MG: Juiz ordena despejo e quilombolas decidem resistir

Com informações de mst.org

O juiz Walter Zwicker Esbaille Júnior ordenou no dia 7 de novembro o despejo do Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, Minas Gerais, com prazo de sete dias para os quilombolas se retirarem, caso contrário será acionada a força policial. Os quilombolas, que produzem na área da falida Usina de Ariadnópolis há mais de 20 anos, se comprometeram com a luta pela terra e irão resistir na terra onde vivem e trabalham, relata nota do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

De acordo com a nota, a audiência ocorreu sob estado de exceção. A Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) esteve presente durante a audiência e apenas alguns representantes puderam comparecer na sala, apesar de grande manifestação camponesa nos arredores. Representantes do latifúndio chegaram a ordenar que as famílias presentes na manifestação fossem isoladas em um ginásio da região.

A nota do MST afirma que o juiz sequer se deu o trabalho de ler a sentença, apenas informando sua decisão ao final da audiência. Sobre a decisão, o MST afirma que “com essa decisão serão destruídos 1,2 mil hectares de lavoura de milho, feijão, mandioca e abóbora, 40 hectares de horta agroecológica, 520 hectares de café. Além disso, centenas de casas, currais e quilômetros de cerca serão derrubados”, lamenta.

O Quilombo Campo Grande tragicamente sofre essa ameaça alguns dias antes do Dia do Povo Preto – 20 de novembro. O velho Estado, que trama junto ao latifúndio o avanço de sua guerra civil reacionária no campo e seu golpe militar contrarrevolucionário preventivo, irá de qualquer maneira criminalizar qualquer luta no campo, rompendo com qualquer respeitabilidade, acordo ou lei mantidos até então, atropelando até mesmo lutas camponesas estabelecidas a anos como o quilombo Campo Grande de mais de 20 anos – exigindo das massas mais decisão e luta.

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