A “justiça” federal em Ponte Nova, na Zona da Mata de Minas Gerais, suspendeu o processo criminal contra 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR pelo crime lesa-pátria premeditado na barragem de Fundão, no município de Mariana, em novembro de 2015.
Na ocasião, 19 pessoas morreram e os milhões de metros cúbicos que vazaram no rompimento atingiram o Rio Doce chegaram ao mar, no estado do Espírito Santo.
O despacho foi assinado pelo juiz Jacques de Queiroz Ferreira e os advogados de Ricardo Vescovi e Kleber Terra pediram a anulação do processo, alegando que uma quebra de sigilo telefônico ultrapassou o período judicialmente autorizado e que as conversas foram analisadas pela Polícia Federal e usadas pelo Ministério Público Federal (MPF) na denúncia. Mais uma vez fica exposto o caráter de classe reacionário da “justiça” semicolonial do velho Estado brasileiro.
Em nota publicada em novembro de 2016, Gerson Lima, da Liga operária, denunciava: “O judiciário podre e todas instituições burguesas são também cúmplices dos crimes das mineradoras. A Samarco (Vale e BHP Billinton, de propriedade do Bradesco e outros parasitas grupos financeiros) chantageia os comerciantes locais dizendo que vai deixar de operar se tiver que reparar a destruição, tentando, com isso, colocar povo contra povo, colocar-se como vítima e continuar saqueando a região e destruindo progressivamente a vida das pessoas e o meio ambiente. tudo para embolsar mais e mais superlucros”.