MG: Moradores de Betim protestam contra a morte de bebê por falta de atendimento médico

Moradores da Vila Bandeira Vermelha e familiares de Eloá realizam protesto contra falta de atendimento médico. Foto: Banco de Dados AND

MG: Moradores de Betim protestam contra a morte de bebê por falta de atendimento médico

Um combativo protesto em frente ao Hospital Regional de Betim (próximo ao pavimento da Maternidade) reuniu dezenas de pessoas no dia 29 de agosto,  revoltadas com a morte da bebê Eloá Vieira Alves de apenas 1 ano e 1 mês! A criança morreu no domingo, dia 13/08, após uma verdadeira peregrinação da mãe e família em busca de atendimento na rede pública de saúde da cidade. Os manifestantes carregavam cartazes, bandeiras de movimentos populares e distribuíam panfletos. Familiares e amigos vestiam camisetas com a foto da bebê. 

Além de cobrarem respostas e soluções, os moradores de Betim e da Vila Bandeira Vermelha denunciaram as péssimas condições de atendimento ao público nos Centros de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento e Hospitais e de trabalho dos profissionais em saúde, situação que vem se agravando no último período pela deliberada  precarização comandada pelo prefeito Vittorio Medioli (sem partido)  para impor privatizações.

Os moradores da Vila Bandeira Vermelha já vinham se mobilizando devido à falta de médicos e medicamentos básicos no Centro de Saúde que atende a comunidade. Durante assembleia da Comissão de Moradores, com dezenas de representantes, que se reuniram no domingo, 20/08, uma semana após o revoltante acontecimento, a avó de Eloá conversou com lideranças locais e expôs toda a situação na assembleia.  Após aprovarem a participação no protesto, os moradores da vila junto aos movimentos, entidades e apoiadores começaram a denunciar amplamente o ocorrido por toda a região, mobilizar e unir forças para o ato em memória de Eloá e impulsionar a luta contra o sucateamento e privatização da saúde na cidade. 

Durante protesto, situação dos trabalhadores da Saúde também foi denunciada. Foto: Banco de Dados AND
Entidades democráticas somaram-se à manifestação. Foto: Banco de Dados AND
Moradores denunciam precarização da Saúde em Betim. Foto: Banco de Dados AND
Protesto realizado contra falta de atendimento médico na cidade. Foto: Banco de Dados AND

Eloá é neta de uma das moradoras da Vila Bandeira Vermelha, comunidade localizada em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. As  200 casas da Vila Bandeira Vermelha foram conquistadas por meio de uma combativa luta pela moradia que, no ano de 1999, sacudiu a cidade e o país. Na ocasião, as massas opuseram forte resistência às tropas da PM do governo Itamar (PMDB) a mando e serviço de Jésus Lima (PT), pagando o alto preço do covarde assassinato pela PM dos companheiros Élder e Erionídes, heróis do povo brasileiro.

Como afirma o panfleto distribuído pela família: “A imensa maioria da população de Betim, que dependem do serviço público de saúde, composta por trabalhadores pobres, desempregados e pessoas que vivem na informalidade, enfrentam postos de saúde, unidades de pronto-atendimento sem médicos e/ou enfermeiros e, em muitas ocasiões, faltam equipamentos básicos! Enquanto isso, repercutiu no monopólio de imprensa notícia sobre investigação de apuração pelo Ministério Público do desvio de cerca de R$ 630 mil de verbas públicas do fundo de saúde da cidade de Betim/MG!”

Os manifestantes foram muito bem recebidos pela população, o clima de apoio à família e de indignação era generalizado. Durante o protesto, os manifestantes seguiram até a Câmara dos Vereadores, onde ocorria uma Audiência Pública sobre o transporte público e havia um grupo de profissionais em enfermagem exigindo o pagamento do Piso Nacional da categoria e que se somaram à manifestação em direção à prefeitura. 

Sem respostas concretas, os manifestantes se retiraram altivos e organizados, em entrevista ao AND o avô da criança, senhor Renato, afirmou contundente:  “[É] uma negligência médica de vários hospitais, ela foi jogada para lá e para cá e ninguém soube dar o diagnóstico correto que a minha netinha tinha, ela tinha uma pneumonia, broncopneumonia, e eles disseram que ela tinha apenas uma virose, então a gente quer justiça, que isso não fique impune e que os culpados sejam responsabilizados pelo erro gravíssimo e pela negligência com a minha netinha”

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