MG: Moradores de Mariana protestam contra falta de água

Moradores exigem água em Mariana, Minas Gerais. Foto: Foto: Roberto Verona /TerritórioPress

MG: Moradores de Mariana protestam contra falta de água

No dia 12 de julho, moradores da região de Alto Rosário, em Mariana, Minas Gerais, bloquearam as duas pistas da rua Ricardino Francisco de Paula, no acesso ao bairro Morada do Sol, contra a falta de água. Os moradores denunciaram ainda que os caminhões-pipa que são enviados ao bairro possuem graves defeitos e são enviados sem ajudante, forçando os próprios moradores a realizarem o serviço. 

O bloqueio foi realizado na parte da manhã com pneus e galhos em chamas nos dois sentidos da via de acesso ao bairro. Durante o protesto, uma faixa com a frase Chega de promessas! Queremos água! foi estendida pelos manifestantes.

Uma moradora que reside na região afetada pela falta de água denunciou a situação do bairro ao jornal local Território Notícias: “O caminhão não tem ajudante e somos nós mesmos que temos que fazer toda a operação de subir nas caixas e gritar para o motorista ligar o motor. É muita humilhação”. Ela afirmou ainda que já perdeu móveis e a forração de sua casa porque um dos caminhões enviados para abastecer a residência estava com a mangueira furada. 

Após o protesto, os moradores conquistaram a instalação de uma bomba mais potente para enviar água ao bairro, que fica na região mais alta do município. Todavia, outras medidas exigidas, como a construção de um novo reservatório na cidade, ainda permanecem como “promessas”. 

Em defesa do direito à água

A luta pelo direito à água tem sido uma constante em Minas Gerais, onde moradores de diferentes cidades têm se mobilizado contra os ataques na forma de precarização de serviços ou mesmo privatização. Na cidade de Ouro Preto, vizinha à Mariana, uma jornada de lutas entre os anos de 2018 e 2022 agitou as massas da cidade contra a privatização do tratamento e distribuição de água. 

A mobilização denunciou as altas taxas e a piora dos serviços resultantes do processo de privatização iniciado pelo ex-governador Júlio Pimenta (MDB) e prosseguido pelo seu sucessor Angelo Oswaldo (PV). A luta se acentuou em 2021, após a conformação de um Comitê Sanitário de Defesa Popular (CSDP) na cidade. Organizados, os moradores realizaram diversas ações contra o consórcio Saneouro, que envolveram desde a ocupação da prefeitura até expulsão de funcionários da empresa dos bairros e  proibição de instalação de hidrômetros nas casas, protestos, pichações e incêndios contra carros da empresa

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