MG: Moradores fecham estrada em protesto contra a mineradora Vale

MG: Moradores fecham estrada em protesto contra a mineradora Vale

Moradores fecham estrada MG-129 em protesto contra a Vale. Foto: Banco de Dados AND

Cerca de 40 Moradores da comunidade Vargem da Lua, em São Gonçalo do Rio Baixo, estado de Minas Gerais, fecharam a estrada MG-129, no dia 25 de junho, num protesto contra a mineradora Vale, a estrada fechada dá acesso à mina de Brucutu. O protesto, que teve início na parte da manhã se estendeu até o meio da tarde.

Os manifestantes levaram cartazes e gritaram palavras de ordem para denunciar os crimes da mineradora, que segundo eles, está arrancando cercas e madeiras, além de invadir as terras dos moradores. Outros problemas causados pela Vale e denunciados pelos moradores são: o acúmulo de barro e poeira, danos ambientais, morte de nascentes e falta de asfalto na localidade.

Os moradores também denunciam que há uma ordem judicial que impede a mineradora de entrar na localidade, porém essa decisão é descumprida constantemente pela empresa.

Moradores prejudicados pelas ações da mineradora

Em dezembro de 2019 moradores da comunidade protestaram com faixas e cartazes dentro da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) contra a Mineradora. Segundo o advogado dos moradores, Leandro Marques Vieira, a Vale tem agido de forma ilegal e tem cometido várias irregularidades contra a comunidade rural. Segundo o advogado, ao contrário do que está na documentação da Vale, se a barragem de Laranjeiras ruir, os moradores de Vargem da Lua terão menos de dois minutos para se retirar do local que será inundado. Com essa argumentação ele questiona o documento da empresa que diz que os moradores teriam 20 minutos para deixar a área. “São cerca de 53 milhões de metros cúbicos, o que equivale a mais de dez vezes a capacidade da barragem de Bento Rodrigues, que desabou na cidade de Mariana” afirma o advogado.

Leandro Vieira disse ainda que a documentação apresentada pela Vale pra fazer o licenciamento está equivocada. Ele denuncia que 80% das terras ocupadas pela empresa instalada na região não é de propriedade da Vale do Rio Doce, e que grande parte dessas terras pertencem a comunidade Vargem da Lua. A declaração do advogado também apontou e que a empresa tem invadido essas terras para retirar minério de ferro de alto teor.

Outro advogado, dessa vez, Manoel Guimarães, denunciou que a empresa tem rebaixado o lençol freático da região, segundo ele ” bombas gigantescas da Vale estão drenando o lençol freático”. Ele ainda afirmou que os moradores “são agricultores familiares e pequenos criadores e não tem mais água para sua atividades. Fizemos várias  denúncias e nada foi feito”.

Moradores da comunidade Vargem da Lua protestam na ALMG, em 2019. Foto: Flávia Bernado

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