Protesto em rechaço à liberação do delegado que assassinou o motorista de reboque Anderson Melo. Foto: Reprodução
Amigos e familiares do motorista de caminhão Anderson Melo realizaram um grande protesto com mais de 100 caminhões pelas ruas de Belo Horizonte após o motorista ter sido assassinado por um delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, no dia 26 de julho, durante uma discussão no trânsito no Complexo da Lagoinha. O motorista de 44 anos foi alvejado com um tiro no pescoço, passou por cirurgia, mas não resistiu. O policial civil estava em uma viatura descaracterizada acompanhado de outro policial quando cometeu o crime. Mesmo com evidências de que ele atirou e assassinou o motorista, foi liberado uma vez que a polícia civil concluiu que “não houve elementos jurídicos para a prisão”.
O protesto contou com um buzinaço no local do assassinato e seguiu até o cemitério onde Anderson será velado e sepultado. “Estamos com 100 caminhões e todos plotados com faixa preta de luto. O Anderson era querido por todos nós. Só saia para o trabalho e a igreja. Era o provedor da família. Deixa esposa, quatro filhos e um neto”, disse um colega.
Uma amiga do motorista, que participou do ato com outras centenas de caminhoneiros, denunciou a absurda alegação para soltar o assassino: “Queremos que não seja feita injustiça igual está acontecendo neste momento. Está havendo distorção dos fatos, cobertura das evidências. O delegado já foi liberado alegando que agiu em legítima defesa. O Anderson nem teve tempo de reagir”.
O delegado alega que Anderson tentou, deliberadamente, atropelá-lo com o caminhão após jogar o caminhão contra o carro. Por sua vez, ele não apresenta nenhuma prova disso. Já os colegas e amigos caminhoneiros da vítima atestam a inocência de Anderson e destacam que o delegado atirou para matar e não intimidar.
Os amigos de Anderson rechaçam a liberação do delegado e a demora para o Instituto Médico Legal (IML) fazer o mesmo com o corpo do motorista. “Queremos cobrar por Justiça. O delegado tem que estar preso. Nós nem conseguimos enterrar o nosso amigo ainda. O IML não liberou o corpo. O assassino está solto: almoçando e jantando com a família e bem provável rodeado de advogados”, afirmam.
Motoristas de caminhão reboque realizam na tarde desta quarta (27) manifestação cobrando a investigação das autoridades pela morte de Anderson Melo, por um delegado da Polícia Civil de MG, no Complexo da Lagoinha. Mais de 100 veículos participam do ato. pic.twitter.com/L3qw6UsGCk
— O Tempo (@otempo) July 27, 2022