MG: Motoristas de ônibus realizam greve na Grande BH contra ataques aos seus direitos

Motoristas de ônibus da Saritur em Minas Gerais realizam greve por tempo indeterminado exigindo seus salários atrasados, seu FGTS e horas extras não pagas.
Saritur chamou a Polícia Militar para intimidar a greve dos trabalhadores. Foto: reprodução/ TV Globo
Saritur chamou a Polícia Militar para reprimir a greve dos trabalhadores. Foto: reprodução/ TV Globo
Saritur chamou a Polícia Militar para intimidar a greve dos trabalhadores. Foto: reprodução/ TV Globo

MG: Motoristas de ônibus realizam greve na Grande BH contra ataques aos seus direitos

Motoristas de ônibus da Saritur em Minas Gerais realizam greve por tempo indeterminado exigindo seus salários atrasados, seu FGTS e horas extras não pagas.

Mais de 60 motoristas da empresa Saritur realizam, desde a madrugada do dia 17 de abril, uma greve por tempo indeterminado em Ribeirão das Neves. Eles enfrentam salários atrasados, parcelados em até quatro vezes e não tiveram seu FGTS depositado, nem suas horas extras pagas. Em março, os trabalhadores já haviam feito uma greve e manifestação em Contagem, mas suas reivindicações não foram atendidas pela empresa. Pelo menos 80% das frotas foram paralisadas ao longo do dia de hoje. 

Além da exigência dos salários atrasados, do FGTS e das horas extras não pagas, os profissionais também exigem a implantação de banheiros nos pontos finais e a manutenção dos veículos, que se encontram em péssimas condições, tornando as viagens perigosas.

Ademais de lhes negar seus direitos, a Saritur chamou a Polícia Militar (PM) para intimidar e reprimir a manifestação dos trabalhadores.

Trabalhadores lutam há anos pelos seus direitos

Desde 2021, são recorrentes os protestos dos trabalhadores da Saritur principalmente sobre o parcelamento do salário. Durante a pandemia, eles realizaram uma greve de três dias exigindo o pagamento de seu 13° salário, das suas horas extras, e contra o acúmulo de funções e as condições insalubres de trabalho. As condições precárias de trabalho expunham de forma preocupante os trabalhadores ao coronavírus.

Enquanto os direitos dos trabalhadores eram negados, a empresa ameaçava contratar novos trabalhadores para substituir os grevistas, e seguia lucrando ainda mais durante a pandemia

Motoristas de ônibus de todo o país se mobilizam

No dia 13 de abril, trabalhadores do transporte público de Recife (PE) bloquearam o Terminal Integrado do Barro durante uma manifestação por melhores condições de trabalho e infraestrutura dos terminais. No mês de março, motoristas e cobradores de Teresina (PI) paralisaram 100% das frotas durante uma grande greve combativa de 12 dias, que contou com bloqueios de via com pneus em chamas. Já em janeiro, os motoristas de ônibus de Belo Horizonte (MG) entraram em greve exigindo salários dignos. Eles recebiam quase 10% a menos que os motoristas de outras cidades da região metropolitana.

Situação limite

Enquanto enfrentam longas jornadas de trabalho em situações precárias, o salário médio nacional do motorista de ônibus rodoviário não ultrapassa nem a faixa de dois salários mínimos: em 2022, a média era de apenas R$ 2.125,31.

A situação de superexploração soma-se à grave crise econômica brasileira. A cesta básica teve um aumento de 9% em fevereiro de 2023 em relação ao ano passado, enquanto a inflação para este ano está sendo reavaliada para 6%. Já a estimativa de crescimento econômico para o país não chega a 1%, em recente atualização do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nesse barril de pólvora, diferentes categorias se mobilizam em milhares de greves desde o início do ano. São professores, profissionais da saúde – entre eles os enfermeiros na justa luta pelo piso salarial –,  trabalhadores terceirizados, servidores estatais, entre outras categorias, além dos motoristas de ônibus, que se negam a pagar o preço da crise. 

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