MG: Policial eletrocuta jovem operário até a morte em Belo Horizonte

Yuri era operário e tinha 23 anos. Foto: Reprodução

MG: Policial eletrocuta jovem operário até a morte em Belo Horizonte

Yuri Rodrigues de Faria, jovem trabalhador de 23 anos, morreu na tarde da quarta-feira (03/07) após ser atacado em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. O suspeito de cometer o assassinato do trabalhador é um policial militar. Segundo o boletim de ocorrência e testemunhas, o PM chegou em um carro prata, bateu no rosto do jovem e em seguida disparou com a arma de choque, mantendo a eletricidade até a morte do operário.

Yuri era operário da construção civil que passou parte da infância em Santa Luzia e se mudou para o campo para trabalhar na roça com seu irmão. Havia voltado para Santa Luzia a menos de 6 meses, onde estava em um trabalho com carteira assinada como pedreiro em uma empresa de construção. 

O PM tem 36 anos e estava de folga. Ele se apresentou na manhã do dia 4/7 na delegacia e contou sua história, que foi ocultada pela polícia. Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), disse que instaurou inquérito para apurar o homicídio.

A avó de Yuri, Maria Margarida, com quem ele morava, diz: “Meu neto chegou do trabalho, tomou banho e saiu todo feliz. Falou que ia voltar rápido. Horas depois, os dois colegas chegaram, dizendo que ele estava no chão desmaiado porque um policial sem farda bateu nele e deu choque também. Eu cheguei a passar mal e tive que ir para o hospital. Foi uma covardia, não se metia em confusão. A gente quer justiça”. A mãe de Yuri, Ingrid Rodrigues fala: “Esse policial acabou com minha vida. Matou meu filho com muita covardia”.

O militar suspeito do assassinato é conhecido na vizinhança por ser violento com os jovens da região. Luciene, moradora da área, tem um filho de 20 anos que também denuncia ter sido agredido por ele. “Meu menino estava ali no alto do morro com outros amigos quando ele começou e começou a agredir demais meu filho, impedindo que os vizinhos descessem pra poder me falar que ele estava batendo nele”, diz ela.

A situação só acabou quando uma jovem menina desviou do PM e conseguiu avisar a tia do rapaz, que chamou a mãe. ” aí uma menina conseguiu desviar dele e chamou a tia dele pra poder estar me chamando. “Quando eu cheguei lá ele estava pisando nas costas do meu menino na quina do meio fio, falando que ia partir a coluna dele. Eu fui em cima dele, os outros me seguraram, não deixaram me aproximar ele pegou meu filho. [Colocou] na traseira da viatura e saiu com meu menino. Antes disso ele já havia se encontrado com ele em outro bairro e já tinha batido muito nele também” disse ela. 

O jovem foi velado na noite do dia 4/7 e enterrado no Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo, em Santa Luzia, onde familiares e amigos de Yuri realizaram um protesto.

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