Foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press
Leonardo Ferreira Soares vendia salgados e suco na principal praça de Montes Claros, Norte de Minas Gerias quando foi abordados por fiscais da prefeitura que pretendiam apreender a mercadoria e o carrinho de vendas trabalhador.
Populares que passavam na movimentada praça Doutor Carlos presenciaram a injustiça e imediatamente se solidarizaram com Leonardo. Aos gritos de “deixem ele trabalhar”, dezenas de pessoas retirando notas do bolso compraram todos os sucos e salgados do camelô em poucos minutos para impedir o ataque dos agentes da prefeitura.
O fato aconteceu no final do mês de março (22/03) e ganhou grande repercussão na internet e o vídeo do gesto de apoio ao trabalhador alcançou mais de 3 milhões de visualizações.
Leonardo Ferreira, desempregado, trabalha há 4 anos como ambulante para arcar com os custos do aluguel de sua casa, de R$350,00 mensais.
Em entrevista a BBC Brasil, o vendedor denunciou a ação da guarda: “O que fizeram comigo foi desumano. Parecia que eu era um ladrão”.
“Todo dia acordo cedo para fritar tudo e distribuir em padarias e pequenos comércios. Por volta das 13h, eu saio de casa com o carrinho lotado. Ando uma hora e meia com pelo menos 60 kg para economizar a passagem de ônibus e eles querem tomar tudo. Por que tratam um trabalhador assim?”, declarou o vendedor na entrevista.
Conforme afirmamos em edições anteriores de AND, o esforço do velho Estado para reprimir violentamente o trabalho do povo pobre, contrasta com sua incapacidade de lhe oferecer os recursos mais essenciais, principalmente trabalho digno.
Um povo que trabalha e resiste! Essa é a situação em um país atolado em profunda crise geral do capitalismo burocrático, com 14 milhões de desempregados (em números subestimados) e onde o salário real do trabalhador é, em média, inferior ao do trabalhador chinês ou tailandês.
Um país em que o povo sem saúde e educação tenta sobreviver e é impedido de ganhar a vida honestamente.
Cabe ao povo se insurgir de maneira retumbante contra toda esta velha ordem moribunda de exploração e opressão e construir uma nova ordem na qual imperará uma nova economia, uma nova política e uma nova cultura.
É exatamente esse povo que organizado em movimentos combativos, através dos enfrentamentos de massas cada vez mais beligerantes pela resolução direta de suas demandas imediatas, apontará para a construção dos instrumentos fundamentais para levar a cabo a Revolução Democrática no Brasil: o Partido revolucionário de vanguarda do proletariado e a base para a frente única que é a aliança operário-camponesa.