Professores da rede municipal de Belo Horizonte vão entrar em greve a partir do dia 27 de fevereiro. A decisão foi tomada após uma assembleia realizada no dia 19/02. A greve ocorrerá porque os docentes exigem o reajuste salarial da categoria de acordo com o estabelecido no Piso Nacional da Educação. Os servidores agora se juntam aos servidores estaduais que estão em greve desde o dia 11 de fevereiro.
Segundo Vanessa Portugal, uma das diretoras do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Municipal de Belo Horizonte (SindRede/BH), o reajuste salarial pedido pelos professores é para que o valor chegue a R$2.886,24, que é o que determina o Piso Nacional da Educação.
“Queremos que nossos vencimentos sejam acrescidos de acordo com o Piso Nacional da Educação. Neste ano, o reajuste aprovado foi de 12,84%. O problema é que a prefeitura de Belo Horizonte trabalha com o raciocínio de pagar o piso proporcional à jornada de trabalho e isso nós não concordamos”, afirmou Vanessa, que também diz que atualmente na capital mineira o salário dos professores gira em torno de R$ 1.500.
Luta prolongada
A luta dos servidores da educação em Belo Horizonte vem desde o ano de 2019. Em novembro do mesmo ano os professores da educação infantil e fundamental fizeram uma paralisação de 17 dias contra um decreto que alteraria o plano de carreira do servidor público municipal.
Enquanto os professores travam dura luta para receber o salário de acordo com o piso nacional, o governador Romeu Zema/Partido Novo enviou para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais uma proposta de lei que prevê o aumento de 41,7% para os servidores da “segurança pública”.
Deputados da “oposição” eleitoreira criticaram a proposta do governador e acusaram o mesmo de dar tratamento diferenciado a categoria dos agentes.
“Muitos professores não receberam nenhum centavo do 13º salário de 2019 até hoje. O governador Romeu Zema já avisou que vai à Justiça questionar a constitucionalidade do piso salarial da categoria. O piso! Piso que não é pago para professores estaduais até hoje”, disse Beatriz Cerqueira, deputada federal que, de modo oportunista, tenta aparecer defensora dos professores. A parlamentar disse ainda que outras categorias tentaram negociar com o governador ao longo do ano e sequer foram recebidas.
Professores da rede de ensino de Belo Horizonte decidiram entrar em greve. Foto: SindRede/BH