MG: Professores e estudantes da UEMG protestam em defesa dos cursos de licenciatura e contra o governador Romeu Zema

No dia 14/09, docentes e alunos da Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade de Carangola, reuniram-se em protesto contra o sucateamento promovido pelo governador de MG, Romeu Zema.
Docentes e professores protestam contra fechamento de cursos na UEMG. Foto: Jornal O Combatente

MG: Professores e estudantes da UEMG protestam em defesa dos cursos de licenciatura e contra o governador Romeu Zema

No dia 14/09, docentes e alunos da Universidade do Estado de Minas Gerais, unidade de Carangola, reuniram-se em protesto contra o sucateamento promovido pelo governador de MG, Romeu Zema.

No dia 14 de setembro, docentes e alunos da Universidade do Estado de Minas Gerais-UEMG, unidade de Carangola, reuniram-se em protesto contra o sucateamento promovido pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em seu segundo mandato no estado. Ameaças de fechamento de cursos de licenciatura, partindo da reitoria e do governo estadual têm sido constantes. Na manifestação também foram feitas reivindicações de pautas importantes para a unidade, como o transporte para universitários, a construção de um Restaurante Universitário (RU) e a concessão de bolsas de pesquisa. 

Na última reunião do Conselho Universitário da UEMG, o Conun, do dia 18 de maio de 2023, a votação pelo fechamento dos cursos de Geografia e Matemática na unidade de Carangola, sob a premissa de baixa procura, foi retirada de pauta após mobilização dos docentes e estudantes. Além destes dois cursos, muitos outros estão sob ameaça velada, como parte do projeto de sucateamento de Zema, que também serve à sua agenda declaradamente privatista. Sob a mesma agenda, o governador iniciou a concessão de diversos trechos de rodovias à iniciativa privada, iniciou a privatização da Companhia de Energia de Minas Gerais (CEMIG) e anunciou o desejo de privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). 

O Estado contra a Universidade Estadual

Em 22 de março de 2022, uma greve foi iniciada pelo corpo docente da UEMG, pautando a recomposição salarial dos professores e a assistência estudantil, virtualmente nula em unidades como a de Carangola. A manifestação estourou após o sucessivo descumprimento de acordos de greve anterior mesmo ao governo Zema, levantando reivindicações que datavam de 2016, ainda sob o governo de Fernando Pimentel (PT), muitas das quais, até hoje, ou não foram plenamente satisfeitas ou redundaram em escárnios da justa luta de docentes e estudantes. A assistência estudantil, por exemplo, como denunciado em recente protesto na unidade de Ibirité, repercutida no jornal AND, não atende, onde existe, a um número minimamente suficiente dos estudantes que dela dependem. Igualmente, a situação salarial dos professores e a precarização de suas condições de trabalho seguem sem solução efetiva. 

Desde quando foi eleito, Zema tem imposto, sob constantes protestos, cortes milionários, equivalentes a até 56% do orçamento da universidade. Com os cortes, foram cancelados diversos projetos de pesquisa e extensão e outros projetos científicos, bem como foram barradas construções de novos prédios, melhorias nas unidades e aquisição de novos equipamentos. 

Ao mesmo tempo, o governador concedeu isenções fiscais bilionárias a grandes empresas, inclusive multinacionais como a Fiat, anistiou dívidas de locadoras de veículos – favorecendo, também, seu então consultor especial, Salim Mattar, que detinha R$ 37,9 milhões de ações na Localiza, sendo um dos maiores acionistas da empresa – e protegeu mineradoras como a Vale, que, no mesmo ano do genocídio que promoveu em Brumadinho, já havia revertido todos os seus prejuízos e recuperado o valor de mercado.

O aprofundamento dos ataques e as contradições gritantes impulsionadas pelo gerenciamento de turno do empresário “ex-bolsonarista” têm provocado cada vez maior mobilização de estudantes e professores, que recusam-se a se curvar frente aos ataques ao ensino público, gratuito e que sirva ao povo na universidade. As manifestações em diversas unidades no estado se assomam a tantas outras ao redor do Brasil contra os ataques do capitalismo burocrático agonizante à educação.

O protesto na unidade de Carangola foi acompanhado por um jornal local, o jornal O Combatente, que apoiou a causa SOS UEMG Carangola e publicou em seu blog registros da manifestação, destacando um dos gritos dos estudantes e professores: Oh Zema, investe agora, a UEMG é nossa!

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