MG: Quilombo da Lapinha ameaçado de despejo

Comitê de Apoio AND – Norte de Minas

A comunidade remanescente de quilombolas, “Quilombo da Lapinha”, que possui dezenas de famílias, está ameaçada de despejo das suas terras, que reocupam desde 2006, em Matias Cardoso (MG). A comunidade possui o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do território e as famílias estão cadastradas junto ao INCRA. As famílias ocupam 22 hectares da fazenda “Casa Grande”, por meio de acordo, intermediado no ano de 2007 pela Vara Agrária do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) entre o pretenso proprietário das terras a empresa FAREVASF (Fazendas Reunidas Vale do São Francisco) e as famílias apoiadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Enquanto ainda vigorava o referido acordo, a fazenda “Casa Grande” foi comprada pelo IEF (Instituto Estadual de Florestas), órgão do velho Estado que, reiteradas vezes, têm sido denunciado pelos movimentos populares da região devido à verdadeira perseguição que promove à pequena e média produção camponesa, sob o pretexto e discurso de “defesa do meio ambiente”.

Nos últimos dias, a Vara Agrária emitiu mandato de reintegração de posse favorável à FAREVASF, que alega ser a expulsão das famílias da fazenda “Casa Grande” uma condição imposta pelo IEF para que se efetue o pagamento da última parcela referente à desapropriação da mesma. Agora é o estado de Minas Gerais, gerenciado por Fernando Pimentel/PT, que, por meio do IEF, ameaça de expulsão a comunidade remanescente de quilombolas.

Esta não é a primeira vez que o Quilombo da Lapinha enfrenta a perseguição do velho Estado e do podre judiciário e as famílias reafirmam sua disposição em seguir lutando pelo seu território para que possam continuar trabalhando e vivendo com dignidade.