Repercutimos a seguir panfleto redigido pelo Comando de Luta Classista de Trabalhadores em Educação sobre greve para garantir a conquista do piso nacional da educação e o piso salarial nacional, ambos garantidos por lei e prometidos pelo governador Pimentel (PT) e sabotados até então.
Seguir na luta até a conquista do piso
Nossa greve começou no dia 8 de março com objetivo de conquistar o piso nacional da educação, piso salarial nacional, garantido por lei e em compromisso assinado por Pimentel (PT), fim do parcelamento e atraso dos nossos salários, entre outras pautas. Após 42 dias de greve o governador segue desprezando e desrespeitando os trabalhadores em educação tal como Aécio e Anastasia (PSDB) fizeram durante anos. Pimentel segue negando nos pagar o piso nacional da educação.
Negar pagar o piso é uma traição do governo do Pimentel, não existe justificativa para não pagar! Contudo, essa não passa de mais uma das políticas contra os professores aplicadas por esse suposto governo dos trabalhadores. Pimentel nos rouba descaradamente. Segue descontando de nossos contracheques todos os meses diversos pagamentos e não repassa a quem deve como fez com o cartão de farmácia, ainda faz com os médicos do IPSEMG, além dos empréstimos consignados com os bancos. Estamos recebendo nossos salários parcelados e atrasados há mais de um ano e ainda não saiu a última parcela do décimo terceiro do ano passado. As aposentadorias não são publicadas e as férias-prêmio não são pagas. Nossas escolas estão sucateadas, caindo aos pedaços, nossos alunos estão sem merenda escolar.
Os professores em greve desmascararam o oportunismo das promessas de Pimentel e demonstraram vontade, decisão e firmeza para conquistar nossos direitos. Em que pese a revolta e vigor dos professores, a direção estadual do Sindute, envolto a diversos interesses do jogo eleitoral, atua como uma camisa de força em nossa luta. Agora propõem uma PEC como solução e conquista de nossa greve. Essa PEC não representa vitória alguma! Isso já está provado pelo fato do piso ser uma lei e não estar sendo cumprido. Por que outra lei seria cumprida? É um engodo para jogar areia em nossos olhos e dispersar nossa luta.
As atividades mais contundentes da greve demonstraram não apenas que há grandes possibilidades para nossa luta, como também que não podemos nos limitar às proposições do sindicato. Durante o movimento de greve realizamos manifestações combativas e fechamentos de rodovias por todo o Estado, como no dia 22 de março quando fechamos a MG-10, em frente à Cidade Administrativa, com fogo e pneus. Demonstramos como Pimentel é um traidor dos trabalhadores em educação quando malhamos o Judas Pimentel na assembleia do dia 04 de abril e em manifestação.
Nossa luta só pode avançar por este caminho. Devemos seguir combatendo! Diante de paralisações podemos, como fizemos, transformar essas em ações permanentes de propaganda de nossa luta, contudo devemos desenvolver novas formas de nos organizar para reivindicar e defender nossos direitos e construir o caminho para novas conquistas.
Assembleia do dia 10 de abril rechaça PEC e decide pela continuidade da greve .
Romper a camisa de força para lograr a continuidade da luta
Nós do Comando de Luta Classista de Trabalhadores em Educação não reconhecemos como teatro de batalha a luta legislativa, nossas vitórias somente serão conquistadas com maior mobilização de nossa categoria e com lutas organizadas e combativas. Desse modo devemos ganhar mais opinião pública a nosso favor, devemos nos juntar aos nossos alunos na luta por uma educação pública, gratuita e que sirva ao povo, devemos mobilizar pais e a comunidade em torno de nossas escolas, para que juntos possamos transformar cada escola em uma trincheira de nossa luta.
Nossas escolas devem ser centros políticoculturais nos quais atuem professores, funcionários, pais e alunos. Assim podemos reaproximar dos colegas que já estão cansados de terem suas lutas manipuladas e utilizadas no jogo corrupto das eleições, podemos contar com uma força bastante numerosa que são os estudantes e seremos acolhidos por nossa comunidade e prestaremos nosso papel de educadores demonstrando na prática a realidade política de nosso país. Nós trabalhadores em educação, como parte do povo de nosso país, temos uma força incomensurável e temos demostrado isso e demonstraremos muito mais defendendo, resistindo e combatendo por nossos direitos.
Combativa Manifestação dos trabalhadores na MG 10 em frente à Cidade Administrativa no dia 22 de março, aponta caminho da luta.
Rechaçar o oportunismo e derrotar a escalada repressiva
A situação atual do Brasil é de uma grave e profunda crise econômica, política e moral em que as classes dominantes – a grande burguesia e o latifúndio a serviço do imperialismo, principalmente ianque – diante da desmoralização completa de suas instituições procuram desesperadamente uma saída para garantir estabilidade e governabilidade para seguirem explorando.
Vivemos momentos difíceis em que ao mesmo tempo que atacam os direitos dos trabalhadores da cidade e do campo cada vez mais a luta popular é criminalizada por este velho Estado e seus representantes. Um golpe militar se encontra em marcha acelerada no nosso país como uma solução preventiva das classes dominantes reacionárias contra a luta popular cada vez mais combativa. O levante do povo será inevitável e a única medida que podem tomar é o aumento da repressão.
Ainda há quem diga que temos que salvar a democracia e que devemos acreditar que as eleições serão a superação da crise e jogam a culpa em nossas costas dizendo que temos que saber votar. Mas a poucos meses das eleições o que essa tem de diferente das anteriores? NADA! Será o mesmo jogo sujo e de cartas marcadas, só que agora com dinheiro público.
Nem intervenção militar, nem farsa eleitoral melhorarão a vida do povo! Nem o aumento da repressão nem a venda de ilusões impedirá o avanço da nossa organização e de nossa luta. Somente assim, na luta, poderemos conquistar nossos direitos palmo a palmo e abalar as estruturas deste velho e podre Estado.