Local em que os trabalhadores dormiam. Foto: Reprodução.
Membros do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte e Região – MARRETA arrebentaram um cativeiro e libertaram, no dia 5 de janeiro, cinco operários que eram mantidos em condições degradantes dentro de uma casa tida como “alojamento”, na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Os trabalhadores foram resgatados após denúncias serem feitas ao sindicato. No local em que os operários viviam, desde o dia 9 de junho, não tinha cama, comida, material de limpeza, higiene e água potável. A casa está localizada na rua dos Maristas, n° 305, no bairro Bandeirantes, em Contagem. O imóvel é alugado pela empresa Preventivo Telhados LTDA (Rossi Serviços).
Os operários são oriundos de cidades do interior de Minas como Montes Claros, Jequitinhonha, Sete Lagoas e Ribeirão das Neves, relataram que já vêm sendo submetidos a condições de trabalho degradantes há anos. Como quando participaram de uma obra em Sete Lagoas, onde tiveram que ir até a rodoviária da cidade para carregar os celulares já que no alojamento em que estavam não havia energia elétrica.
Segundo Homero Santana, um dos proletários, um dos donos da empresa Rossi Serviços, chamado André, ligou para o funcionário, após o mesmo pedir comida aos empregadores, e disse que iria mandar tiro em quem estivesse denunciando as péssimas condições de trabalho e moradia.
Segundo Vilson Valdez, vice-presidente do Sindicato da Construção, a entidade já registrou um boletim de ocorrência contra empresa e André por conta do crime de ameaça e comunicou o fato ao Ministério Público do Trabalho, segundo o Marreta as condições a que os operários estão submetidos se enquadram no crime de trabalho análogo a escravidão, com dependência econômica, e com dividas constantes entre empregado e empregadores (semiservidão).
Ainda segundo o sindicato, o contrato de trabalho tem que ser feito no local de moradia, o trabalhador tem que receber adiantamento até o dia 20 e pagamento até o dia 5 de cada mês, além de ter direito a receber uma cesta básica e kit alojamento, coisa que não acontece no caso em questão.
