No dia 24/11, a Comissão de Moradores da Vila Bandeira Vermelha – Betim, MG em conjunto com o Movimento de Comunidades Populares (MCP) realizou diversas atividades, que abarcaram tanto a prevenção ao câncer de mama, quanto discussão acerca do dia do Povo Preto. A programação da data foi dividida em dois momentos: o primeiro, pela manhã, contou com a ação em saúde; e o segundo, pela tarde, contou com a preparação de uma deliciosa feijoada e uma roda de discussão sobre o dia 20 de novembro.
Pela manhã, um grupo de estudantes da UFMG realizou uma ação de Educação em Saúde, que envolveu mulheres e crianças. Para as mulheres, os alunos organizaram uma breve exposição com orientações atuais referentes à prevenção do câncer de mama, além de dinâmicas sobre autoexame e autocuidado. Além disso, a partir das discussões geradas e dúvidas trazidas pelas mulheres, também foi demarcada a necessidade de lutar coletivamente por um Sistema de Saúde verdadeiramente equânime e com atendimento digno.
Para as crianças, os alunos preparam diversos materiais, como um livro infantil, protagonizado por um “sapinho aventureiro”, que além de auxiliar nas tarefas domésticas, se dedicar às lições escolares, também aprecia, toda noite, um momento de contação de história junto ao pai e aos irmãos, em que são passadas as histórias de luta do seu povo e da Vila em que vive. Um jogo sobre higiene também foi usado nas dinâmicas com as crianças, que se animaram, principalmente, em construir os personagens da história, utilizando massinha.
Após, uma deliciosa feijoada, produzida por duas moradoras que também compõem a Comissão, foi feita uma roda de discussão em que os termos “Consciência Quilombola”, “Consciência Negra” e “Dia do Povo Preto” foram diferenciados.
Durante as intervenções, um dos presentes destacou o processo histórico da formação do país, intimamente ligado ao latifúndio, e que, após a abolição formal da escravatura em território brasileiro, os negros se tornaram também despossuídos de terras, tendo a sua “liberdade”- falsamente atingida – os lançando apenas às periferias das cidades, conformando as favelas.
Na mesma fala, foi colocado que a luta do povo preto é a luta de toda a sua classe pela libertação geral, não sendo possível constituir-se isoladamente. Além disso, a figura de Zumbi dos Palmares, liderança do Quilombo dos Palmares, foi exaltada como símbolo de resistência do povo em seu tempo contra a opressão e a miséria.