Milei assume a presidência na Argentina e anuncia austeridade radical contra o povo

Após uma campanha marcada por bravatas e promessas vazias, Javier Milei, o Fanfarrão, assumiu no dia 11/12 a gerência de turno da Argentina.
Javier Milei foi eleito em uma eleição marcada por bravatas e promessas vazias. Foto: Tomas Cuesta/Getty Images

Milei assume a presidência na Argentina e anuncia austeridade radical contra o povo

Após uma campanha marcada por bravatas e promessas vazias, Javier Milei, o Fanfarrão, assumiu no dia 11/12 a gerência de turno da Argentina.

Após uma campanha marcada por bravatas e promessas vazias, Javier Milei, o Fanfarrão, assumiu no dia 11 de dezembro a gerência de turno da Argentina. Cercado por reacionários de toda a laia, como o ex-presidente ultrarreacionário brasileiro, Jair Bolsonaro, e o presidente húngaro da mesma estirpe, Vitkor Orban, Milei declarou em sua posse que “não há dinheiro” e anunciou medidas de austeridade radical que são o prenúncio do aumento da já alta carestia de vida no país. A eleição de Milei é resultado de uma profunda crise política e econômica que assola a Argentina, bem como o desgaste do “kirchnerismo” que minou o candidato opositor de Milei, Sergio Massa, e impulsionou o bravateiro que se apresenta como uma alternativa “radical” ao cenário de crise. 

Uma das primeiras medidas tomadas pelo governo Milei que afetará diretamente as massas é a derrubada da política de teto de preços estabelecida pelo governo anterior para tentar conter a inflação, sobretudo nos preços dos alimentos. Com o veto, itens básicos sofrerão uma significativa alta em seus preços, o que afetará gravemente as condições econômicas das massas populares que já enfrentam uma inflação de 142,7%. Espera-se também a partir disso uma alta no preço dos combustíveis e consequentemente nas tarifas de transporte público e bens de consumo no geral, uma vez que os preços dos fretes e transportes são repassados ao produto final. 

As radicais medidas de austeridade fiscal anunciadas por Milei correspondem a nada mais que uma obediente aplicação do mesmo receituário do Fundo Monetário Internacional (FMI) aos países de capitalismo burocrático, sobretudo da América Latina. No primeiro trimestre de 2022 a dívida bruta do país correspondia a 80,1% do PIB, sendo a maior parcela dela a de 45 bilhões de dólares contraída com o FMI pelo ex-presidente Mauricio Macri. Enquanto são anunciados cortes nos gastos públicos com Saúde e Educação, a maior parte do PIB argentino vai para o fiel pagamento de uma impagável dívida com o imperialismo.

O Fanfarrão

Apesar de eleito sob promessas de “dinamitar o Banco Central”, “cortar relações com o Brasil e a China” e “dolarizar totalmente a economia”, o Fanfarrão ainda não apresentou um plano econômico claro, tendo se limitado neste momento ao veto no teto do preço dos alimentos e na limitação imposta ao Banco Central de realizar de operações cambiais exteriores, medida que poderá desvalorizar mais o peso argentino, com efeitos severos nas economias das massas populares.

Desmonta-se ainda outras aparências de Milei. Eleito sob um discurso bravateiro e de candidato alheio à “casta política oficial” do país, não demorou um dia para Milei derrubar um decreto de 2018 que proibía a nomeação de parentes para cargos no serviço público e prontamente anunciar sua irmã, Karina Milei, como secretária-geral da presidência. 

O cenário que se aponta para o povo argentino é de um maior aprofundamento da crise econômica e carestia de vida, cenário propício para o crescimento da já elevada explosividade das massas no País.

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