Dezenas de milhões de trabalhadores de toda a Índia estão em greve geral nacional de 48 horas a partir do dia 8 de janeiro, contra as medidas econômicas do governo de Narendra Modi, do Partido do Povo Indiano (BJP).
Foram mobilizadas na greve geral os operários da extração de carvão, estivadores, trabalhadores dos correios, funcionários de bancos, seguradoras, telecomunicações, transporte e de algumas fazendas do “agronegócio”. Operários de indústrias estatais se uniram também à greve, tais como operários de monopólios internacionais, da Bosch, Toyota, Volvo, CEAT, Crompton e Samsonite.
Em vários estados do país, como Bengala Ocidental e Tamil Nadu, os trabalhadores do setor público desafiaram as ameaças do governo de demissão e cortes de salário por tempo de greve. Em Neemrana, estado de Rajastão, trabalhadores de uma planta industrial de ar-condicionados foram sequestrados por policiais acusados de “distúrbio” e “tentativa de assassinato”, após terem reagido a uma repressão brutal da polícia e de guardas de segurança contra uma marcha de 2 mil grevistas. Os “crimes” são atribuídos a outros 700 trabalhadores ainda não identificados.
Há 70 quilômetros dali, na planta de montagem de autonóveis Maruti Suzuki, em Manesar, estado de Haryana, 13 operários foram condenados a prisão perpétua acusados de assassinato.
Trabalhadores de hospitais privados e de outros setores similares, incluindo os setores de construção, além de varejo e distribuição, aderiram à greve em muitos estados.
Em Mumbai, o centro financeiro da Índia e a segunda maior cidade, a maioria dos bancos e escritórios do governo foram fechados e as operações portuárias ficaram paralisadas. Quase 32 mil trabalhadores do serviço de transporte público da cidade continuaram uma greve por tempo indeterminado pelo segundo dia, exigindo salários mais altos e melhores condições de trabalho, em desafio a uma Ordem de Manutenção de Serviços Essenciais (OMSE) que proíbe a greve.
As medidas de Narendra Modi são pró-oligarquia financeira, buscando abrir o mercado local para o “investimento” estrangeiro. Privatizações de estatais, reformas trabalhista e previdenciária para aumentar a superexploração das massas e diminuir os recursos do Estado destinados aos direitos povo para direcioná-los ao “mercado” etc. são alguns dos aspectos criticados pelos grevistas.
A concentração de riqueza cresceu formidavelmente no Índia. Hoje, mais de 70% da população luta para sobreviver com menos de dois dólares ao dia. Modi, para atrair os capitais imperialistas ao país, propagandeia que o salário indiano é equivalente a um quarto do salário chinês. Já o desemprego, segundo o Centro para o Monitoramento da Economia da Índia, cresceu e alcança a taxa de 7,4%, sendo que alguns estimam a taxa real em 13%, ou 50 milhões desempregados.