Foto: O Globo.
A simulação de guerra na Amazônia realizada em setembro pelo Exército reacionário brasileiro foi acompanhada por militares do Estados Unidos (USA). As informações são do próprio ministro da Defesa, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva, e foram dadas pelo ministro após um requerimento de explicações ter sido protocolado por deputados, a respeito do treinamento militar de proporções inéditas.
“Informo que, fruto de acordo de reciprocidade de participação em manobras, militares dos Estados Unidos da América acompanharam como observadores”, afirmou o ministro, segundo informações veiculadas pelo monopólio de imprensa O Globo. No entanto, não houve detalhes de quem eram esses militares ianques presentes, tampouco sobre o papel que protagonizaram no treinamento.
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A simulação de uma guerra do “país vermelho contra o país azul”, com custo de R$ 6 milhões aos cofres públicos e envolvimento de 3,6 mil militares, foi realizada pelo Exército reacionário brasileiro entre os dias 8 e 22 de setembro na Amazônia, nas cidades de Manacapuru, Moura e Novo Airão (Amazonas) e no estado de Rondônia.
Na mesma semana, tinham ido ao local do treinamento o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e o comandante do Exército, Edson Leal Pujol. O secretário de Estado ianque, Mike Pompeo, que é ex-diretor da Agência Central de Inteligência do USA, a CIA, também esteve na região. Ele havia ido a um posto de imigrantes venezuelanos em Roraima, na fronteira com a Venezuela, a 840 quilômetros de Manacapuru, onde se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
A Operação “Amazônia”, como foi chamada, evidencia o avanço da militarização contrarrevolucionária na região, agora nitidamente com o apoio do imperialismo ianque.
Durante o governo de Bolsonaro e dos generais, a presença dos militares e o avanço da militarização na Amazônia têm sido intensificados por meio da aplicação de múltiplos decretos de “Garantia da Lei e da Ordem” (GLO) para, supostamente, combater o desmatamento e defender o meio ambiente, enquanto servem, de fato, para fortalecer a ofensiva contra os camponeses pobres em luta pela terra. As denúncias do movimento camponês, assim como de indígenas e outros povos tradicionais, vêm denunciando os recorrentes cercos às áreas onde vivem e trabalham, crescimento do número de ataques, e o reforço da defesa reacionária dos latifúndios na região.