MG: Mais de sete mineradoras ameaçam a destruição de patrimônio cultural e natural de Ouro Preto e Botafogo

Tomando a frente da luta, moradores, defensores do meio natural e demais movimentos populares se uniram na iniciativa Mineração: No Botafogo Não!.

MG: Mais de sete mineradoras ameaçam a destruição de patrimônio cultural e natural de Ouro Preto e Botafogo

Tomando a frente da luta, moradores, defensores do meio natural e demais movimentos populares se uniram na iniciativa Mineração: No Botafogo Não!.

Uma manifestação no dia 22 de março denunciou o avanço da mineração na Serra de Ouro Preto e no distrito de Botafogo, pela preservação do patrimônio arqueológico, hídrico, cultural e natural da região. 

Tomando a frente da luta, moradores, defensores do meio natural e demais movimentos populares se uniram na iniciativa Mineração: No Botafogo Não!, realizando manifestações e um abaixo-assinado contra as atividades, trancando parcialmente as vias da BR 356.

Em Assembleia Pública em 2024, a geóloga Adivane Costa, coordenadora da Cátedra da Unesco Água, Mulher e Desenvolvimento, afirmou que “as propostas de empreendimentos de mineração são fragmentadas com o objetivo de facilitar a sua implantação e evitar estudos de impacto cumulativo”, denunciando os estudos a respeito do impacto ambiental apresentado pelas mineradoras. 

Na Assembleia, também foram apresentados documentos a respeito da atividade das mineradoras CBRT Participações Ltda, HG Mineração S/A (Projeto Moreira), Mineração Patrimônio Ltda., RS Mineração Ltda., CSN Mineração e a conhecida transnacional anglo australiana BHP Billiton Brasil Ltda., uma das donas da Samarco Mineração (empresa de capital fechado, joint venture de propriedade da Vale S.A.), responsável pelo criminoso rompimento da barragem de Mariana. 

Impacto

Pesquisadores, ecologistas e demais especialistas apontam os riscos de destruição do patrimônio hídrico: a atividade de mineração afetará a recarga hídrica das bacias do Rio Doce e do Rio das Velhas (São Francisco), que abastece diretamente 15 mil pessoas, contribui para o Rio das Velhas e para o abastecimento de água de Belo Horizonte.

O professor Daniel Neli, da IFMG, relatou em vídeo a mudança drástica da água com dejetos

A gente precisa entender o impacto da LC Participações dessas águas que estão sendo captadas pro abastecimento de Cachoeira do Campo, de Glaura, do Leite… Empreendimento que passou por aprovação do prefeito de Ouro Preto sem passar pelo CODEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), e tá aí, o início da destruição da Serra do Botafogo. A gente precisa perguntar para o prefeito: a gente bebe água ou minério? ”.

A serra também abriga uma das mais antigas construções da região, a Capela de Santo Amaro, construção do século XVII, palco da tradicional festa de Santo Amaro, que já apresenta rachaduras. Uma caverna, não registrada nos estudos das mineradoras, também foi soterrada nas atividades da madrugada do dia 22 de março, mesmo com a pronta ação dos moradores no acionamento da Polícia Ambiental e demais órgãos públicos.

Histórico de Lutas

A região de Ouro Preto é marcada pelas revoltas e lutas democráticas e anti-imperialistas, principalmente na história recente da cidade, contra as mineradoras e demais empresas estrangeiras, como a monopolista estrangeira Saneouro em sua incursão anti-povo pela privatização da água, que mostraram o caminho mais consequente na luta pelos direitos mais básicos, como a água, e direitos usurpados pelo imperialismo. 

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