No dia 9 de julho, o Ministério Público do Peru solicitou uma pena de 30 anos e 10 meses de prisão para Keiko Fujimori, acusada, entre outros crimes, de receber ilegalmente 1,2 milhões de dólares da construtora Odebrecht para suas campanhas em 2011 e 2016. Ela já teve sua prisão preventiva decretada duas vezes antes.
A líder do partido de extrema-direita “Força Popular” (FP), também será desqualificada de ocupar cargos públicos por 15 anos, o que irá impedir a sua participação nas eleições de 2026. Keiko surfa na memória de seu pai, Alberto Fujimori.
Assim como a filha, Alberto Fujimori também havia sido preso (e solto) diversas vezes, sendo julgado por seus crimes que também envolviam assaltos aos cofres públicos do Peru. Em uma dessas ocasiões, Fujimori admitiu publicamente que tinha usado mais de 15 milhões de dólares em peculato, suborno e corrupção. Os crimes que ele admitiu cometer, porém, representam uma pequena parte da sua brutal carreira de genocida.
Recém-liberto, o ex-presidente peruano foi responsável por um sanguinário regime, que esterilizou mais de 350 mil mulheres peruanas e ordenou o massacre de milhares de inocentes durante seu governo entre os anos de 1990 e 2000.
O fujimorismo continua se alastrando no território peruano, através de tendências vende-pátrias, pró-ianques e que fazem de tudo para destruir os direitos do povo, tentando se utilizar da crise para “reestruturar” o estado e intensificar a opressão sob as massas peruanas, se perpetuando através do apoio do imperialismo ianque e com conivência das forças armadas.
Apesar disso, seja no Peru ou em toda a América Latina, as pugnas internas da direita e da extrema-direita ficam cada vez mais claras. Como cães raivosos brigando pelo último pedaço de carne, eles rasgam-se antes de conseguir fazer qualquer coisa. Seja com Keiko Fujimori ou com Jair Bolsonaro e suas joias, vemos o mesmo: a ganância e a falta de escrúpulos levam eles ao inevitável declínio e em alguns casos – ao cárcere.