Ministro de Comunicações é investigado pela PGR por corrupção 

Caso já havia sido noticiado antes, mas o governo se recusou a demitir o ministro acusado de corrupção. Juscelino já é o terceiro ministro do governo de Luiz Inácio suspeito de envolvimento em esquemas.

Ministro de Comunicações é investigado pela PGR por corrupção 

Caso já havia sido noticiado antes, mas o governo se recusou a demitir o ministro acusado de corrupção. Juscelino já é o terceiro ministro do governo de Luiz Inácio suspeito de envolvimento em esquemas.

O ministro de Comunicações de Luiz Inácio (PT), Juscelino Filho (União) foi denunciado hoje pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de desvio de emendas parlamentares durante o período em que atuou como deputado federal. A denúncia foi encaminhada para o Supremo Tribunal Federal (STF). Esta é a primeira denúncia da PGR por corrupção a um ministro desde o início do atual governo.

O caso ao qual a PGR se refere ocorreu quando Juscelino Filho recebeu propina depois de enviar, por meio da estatal Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), emendas parlamentares para a prefeitura de Vitorino Freire (MA), comandada pela sua irmã, Luanna Rezende. As obras, por sua vez, se limitavam a asfaltar uma estrada que passava em frente a latifúndios de Juscelino e da família. O total de dinheiro enviado foi de R$ 5 milhões. 

Em declaração, Juscelino afirmou que confia no STF. Contudo, as perspectivas, mesmo se ele não for condenado, não são lá as melhores: membros do governo de Luiz Inácio acham que Juscelino deveria pedir demissão depois da denúncia, segundo uma reportagem publicada hoje pelo jornal monopolista Folha de São Paulo. 

A pressão para Juscelino Filho se demitir esconde a covardia do governo, que não quer tomar a posição de chutar o ministro acusado de corrupção. Afinal, as suspeitas sobre esse caso são antigas e amplamente divulgadas e essa não é a primeira acusação de corrupção por Juscelino: já enquanto ministro, o político enviou 31 retransmissores de TV para um empresário Willer Tomaz, proprietário da emissora TV Difusora e padrinho político do ministro. O envio foi feito em tempo recorde e nenhuma outra emissora recebeu tantos retransmissores no ano quanto a TV Difusora.

Editorial – Ensaios de uma nova e maior crise política – A Nova Democracia
Independente dos desdobramentos da acusação, a bomba cai sobre o governo, já fragilizado pelo inalterado estado de encarecimento geral no custo de vida para as massas de trabalhadores e pequenos proprietários e pela atitude covarde ante a greve dos professores e técnico-administrativos da Educação pública superior federal.
anovademocracia.com.br

Em outro episódio noticiado pelo monopólio de imprensa Folha de São Paulo, Juscelino se utilizou de um voo das Forças Aéreas Brasileiras para ir até São Paulo e comprar cavalos. 

Corrupção em alta

Juscelino Filho não é o único integrante da equipe de Luiz Inácio a ser denunciado. O ministro dos Esportes, André Fufuca (PP) (que foi alçado ao cargo em troca de votos do centrão para um projeto do governo na Câmara), foi acusado em 2023 de destinar verbas públicas a uma empresa fantasma.

Posteriormente, em 2024, um levantamento mostrou que Fufuca beneficiou cidades geridas por aliados do próprio partido com verbas do Ministério dos Esportes. Os beneficiados foram Benedito de Lira, prefeito de Barra de São João Miguel (AL) e pai de Arthur Lira (PP-AL) e Teófilo Rodrigues, prefeito de Craíbas (AL) e primo de Lira. Além disso, uma reportagem do jornal Brasil de Fato também mostrou como o ministro foi envolvido em compra de votos na época em que era deputado federal. 

Já a ex-ministra da Saúde, Nisia Trindade, levantou suspeitas de apadrinhamento por ter enfiado R$ 51 milhões a mais do que o previsto em verbas para a cidade que emprega seu filho como Secretário da Cultura. A ministra foi demitida, mas não por corrupção. 

O caso expressa o nível da relação do governo com o chamado “centrão” – para manter os laços com o Congresso reacionário e majoritariamente bolsonarista, Luiz Inácio aceita até mesmo manter nomes abertamente acusados de corrupção na sua equipe. A generalização desses casos não deve favorecer o governo, que já sofre com uma crise de desaprovação, segundo inúmeras pesquisas de opinião dos últimos meses. 

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