Mobilização garante salários de trabalhadores terceirizados na UFPR

Mobilização garante salários de trabalhadores terceirizados na UFPR

Trabalhadores terceirizados da manutenção da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram, conjuntamente com estudantes, um piquete em frente à Casa de Maquinas do campus Politécnico, local do ponto das equipes, há quase duas semanas, no último dia 11 de setembro. Na ocasião, os trabalhadores estavam sem receber seus salários e vale transporte há quase uma semana. Muitos tiveram contas atrasadas, luz cortada e estavam com dificuldades de se deslocar ao trabalho e mesmo de se alimentar. Os terceirizados recorreram, então, à ajuda de estudantes para conseguir cobrar a empresa, visto que a perseguição politica sobre eles, quando há mobilizações, resulta quase sempre em demissões e cortes.

Com a ajuda dos estudantes, que formaram um cordão em frente ao portão de entrada, os terceirizados impediram que fosse batido o ponto e atrasaram o início de suas atividades até que lhes fosse pago o que era devido. Não demorou uma hora para que os responsáveis da UFPR e da empresa RCS, que opera na universidade a cerca de três messes, aparecessem. A primeira desculpa dada foi de que a empresa estava com pouco caixa devido a falta de pagamentos de outros órgãos públicos onde opera, mesmo que a UFPR tenha pago em dia. Passaram depois a tentar coagir os estudantes tirando fotos e dizendo que os trabalhadores receberiam multas pelo piquete. Não tiveram sucesso.

Os trabalhadores se negaram a retomar o trabalho até que fosse depositado o pagamento, o que aconteceu depois de quatro horas e meia de piquete. Regozijantes com a vitória, os trabalhadores e estudantes comemoraram. Em suas falas deixaram claro que a vitória só foi possível com a luta conjunta de ambas as categorias e que o atraso em seu salário era consequência da politica tanto da empresa quanto do Estado, que constantemente sucateia e ataca seus direitos fundamentais. Os estudantes ainda afirmaram que se houvesse qualquer tipo de demissão, corte de salário ou multa em decorrência da mobilização, eles voltariam em maior número e fariam a empresa se arrepender.

“Hoje viemos aqui exigir o mínimo apenas, só aquilo que já foi acordado, o salário, sem o qual não temos como viver. Amanhã iremos exigir o aumento [o salário atual é de 1.104 em média], a insalubridade [auxílio que não recebem embora tenham direito], a possibilidade de todos comerem no Restaurante Universitário e muito mais. Juntos podemos conquistar todas as nossas pautas”, disse um estudante.

Foto: Reprodução

 

 

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