Mobilização progressista internacional exige fim dos crimes de guerra do governo de Narendra Modi, na Índia

Um comunicado da LCI convocou uma semana de ações internacionais entre os dias 26/4 e 4/5. Outras organizações também denunciam o novo crime de guerra do Estado indiano.
Campanha internacional condena crimes de guerra de Narendra Modi. Foto: Reprodução

Mobilização progressista internacional exige fim dos crimes de guerra do governo de Narendra Modi, na Índia

Um comunicado da LCI convocou uma semana de ações internacionais entre os dias 26/4 e 4/5. Outras organizações também denunciam o novo crime de guerra do Estado indiano.

“Condenamos veementemente as operações terroristas fascistas do Estado fascista indiano contra o PCI [Partido Comunista da Índia] (Maoista), o Exército Guerrilheiro Popular de Libertação [EGPL] e os povos da região. Conclamamos aos revolucionários e progressistas que deem sua atenção e apoio”, disse a Liga Comunista Internacional (LCI) em uma comunicado emitido no dia 23 de abril para condenar a operação do Exército reacionário indiano que assassinou 29 combatentes do EGPL na semana anterior. O comunicado, intitulado “Quem não teme morrer cortado em mil pedaços, se atreve a despedaçar o imperador”, também convoca uma semana de “ações internacionais” entre os dias 26 de abril a 4 de maio de 2024.

O assassinato em massa dos combatentes revolucionários ocorreu em Chhattisgarh, uma das regiões do país asiático que é um dos fortes palcos da Revolução Indiana, no dia 16 de abril, três dias antes do início das eleições na Índia. O processo tem sido marcado por uma violenta militarização reacionária do país destinada a garantir a realização do pleito para tentar legitimar a velha democracia indiana e o governo fascista de Narendra Modi.

Outras organizações progressistas do mundo e da Índia se posicionaram contra o crime de guerra. O Fórum Contra a Corporativização e Militarização (FACAM, na siga em inglês), que reúne cerca de 12 organizações indianas, denunciou que as mortes ocorreram após um “falso encontro”, nome dado para quando o Exército reacionário executa guerrilheiros a sangue frio e depois alega que as mortes ocorreram em “confronto”. Segundo os relatórios recebidos pelo fórum, dos 29 assassinados, 17 foram executados fora do tiroteio, e também há sinais de tortura

No Brasil, a condenação do novo crime está capitaneada pela Frente Revolucionária em Defesa dos Direitos do Povo – Brasil (FRDDP), que se somou ao chamado da LCI e disponibilizou um cartaz com a denúncia do massacre e a consigna “Os combatentes do EGPL são imortais! Viva a Guerra Popular dirigida pelo PCI (Maoista)”. 

Histórico de crimes de guerra

Apesar dessas particularidades atuais, o novo massacre não é um episódio novo na história da contrarrevolução indiana, marcada por verdadeiras ondas de operações militares que, desde 2005, mobiliza policiais e paramilitares contra as zonas onde operam os guerrilheiros organizados no EGPL e dirigidos pelo PCI (Maoista). 

As operações tem o objetivo claro de deter a revolução, mas desde que foram lançadas pela primeira vez nunca atingiram o objetivo. O mesmo comunicado da LCI que convocou a semana de ações internacionais afirma que o PCI (Maoista) está concentrado no combate à chamada “Operação Kagaar”, montada pelo primeiro-ministro Narendra Modi junto de seu gabinete em janeiro desse ano para supostamente “aniquilar completamente os maoistas”. 

A Facam afirma que “desde janeiro de 2024, quando o Estado indiano desencadeou a operação Kagaar em Aubjmarh, ocorreram numerosos assassinatos de camponeses Advasi desarmados”. A organização já contabiliza mais de 100 assassinatos. 

Para a LCI, “o alto preço pago pelos mártires na luta entre o Exército Guerrilheiro Popular de Libertação e as forças do Estado fascista indiano mostra-nos que o Estado fascista indiano não alcançará os seus objetivos nesta ocasião, como ocorreu em ondas anteriores de operações contrarrevolucionárias”. 

Progressistas indianos denunciam crimes de guerra

É fato notório que o EGPL e o PCI (Maoista) são o alvo central do governo fascista indiano, como comprova os objetivos expressos da “Operação Kagaar”. Contudo, as operações terroristas e fascistas de Modi não se limitam aos revolucionários. 

A Facam tem denunciado de forma contínua os bombardeios aéreos contra regiões como Bastar, responsável por destruir as propriedades dos aldeões, as áreas de meio natural onde os camponeses realizam atividades extrativistas e aniquilar a produção animal local. 

Os camponeses têm protestado contra esses crimes de guerra, mas o Estado usa de tropas oficiais e paramilitares para prender, ameaçar ou mesmo executar os ativistas. A Campanha Contra a Repressão de Estado (CASR, em inglês) tem denunciado, junto da Facam, a prisão de lideranças Advasi como Sarju Tekam, preso em 2 de abril sob acusações forjadas e alegação de violação da lei draconiana “Ato de Prevenção de Atividades Ilegais”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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