Centenas de moradores de Cachoeirinha, localizada na zona metropolitana de Porto Alegre, protestaram no dia 6 de abril em frente à prefeitura cobrando obras de contenção de enchentes para os bairros Vila Jardim América, Parque da Matriz e Vila Eunice Velha, que contam com arroios obstruídos e impróprios para casos de inundação.
Durante o protesto, os moradores cobraram a presença do prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasen Rosa (MDB) para prestar esclarecimentos. Quando este apareceu, foi rechaçado pelas massas com xingamentos e vaias, que o fizeram receber uma pequena comissão de moradores.
O prefeito, contudo, justificou que os projetos de obras não estão sendo realizados por falta de liberação da verba por parte do governo federal de Luiz Inácio (PT). É verdade que o governo federal, nos últimos anos, bloqueou verbas para contenção de desastres, o que é um verdadeiro crime. Mas é verdade também que, em dezembro de 2024, o governo federal entregou R$ 3 milhões à prefeitura de Cachoeirinha para intervenções no Arroio Passinhos.
Além disso, é difícil falar de falta de recursos quando o prefeito do município recebe, por mês, R$ 22,9 mil, o vice-prefeito, R$ 19 mil, cada vereador, R$ 13,7 mil (no caso do presidente da Câmara, R$ 16 mil) e os secretários escolhidos, R$ 12,2 mil.
Quase um ano após as grandes enchentes de maio de 2024, que mataram mais de 200 pessoas e deixaram milhões na miséria, o Estado não chegou nem perto de ressarcir o dano ao povo e nem de apresentar qualquer plano de contenção para que tal matança não ocorra novamente.
Protestos em Porto Alegre cobraram diversas vezes a entrega das novas casas prometidas à população mais atingida, e em Novo Hamburgo, também na zona metropolitana, a prefeitura despejou centenas de famílias de suas casas para realizar obras de contenção de enchentes.