No dia 4 de abril , trabalhadores residentes do bairro Mauazinho, localizado na Zona Leste da cidade, realizaram uma combativa manifestação para exigir moradias dignas para o povo, em virtude dos crescentes desastres ambientais que vêm destruindo as casas naquela e em outras regiões.
O protesto, que ocorreu na Avenida Rio Negro, denunciou que uma crescente cratera já engoliu quatro casas e partes de uma rua no bairro. Segundo os manifestantes, para além de o velho Estado se manter omisso, o problema foi agravado por conta de uma drenagem incorreta realizada pela Prefeitura de Manaus na região.
‘Queria que o prefeito tomasse vergonha na cara’
Ainda de acordo com as massas, os riscos de desabamentos no bairro já vêm sendo denunciados desde o final de 2024 e os moradores ainda não receberam resposta. Um dos moradores, entrevistado pelo Radar Amazônico, declarou que “eu queria que a Prefeitura de Manaus tomasse vergonha na cara. Senhor prefeito, tome vergonha na sua cara, porque muita gente já foi na secretaria (de Infraestrutura), muita gente está falando e vocês não fazem nada. Senhor prefeito, a gente tá pedindo misericórdia do senhor. A gente tá tendo que se humilhar pro senhor e o senhor não faz nada. Isso é uma palhaçada! O bairro do Mauazinho tá esquecido, por que isso?! (…) Ei, Manaus não é só a Ponta Negra (bairro nobre da cidade) não. Manaus é aqui pra dentro, também.”
Segundo os moradores do local, a solução para os problemas apresentada pelo prefeito David Almeida (Avante) foi um “auxílio aluguel” no valor de R$600,00. Esse tipo de solução, segundo os trabalhadores, é absurdo.
‘Está todo mundo sem ter moradia’
Seu Maranhão, que mora há mais de 20 anos no bairro, entrevistado pela mesma agência, afirmou que: “Está todo mundo sem ter uma moradia, sem ter pra onde ir. E esse negócio de aluguel de 600 reais não dá pra nada. Eu não quero aluguel, quero a indenização da minha casa, porque tá com 4 anos que a gente adula todo mundo pra vir socorrer e na época tava pequeno, ainda, o buraco”.
Os apelos das centenas de trabalhadores afetados não são a toa. Segundo a pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a cidade de Manaus tem o oitavo aluguel mais caro do país, com valores chegando a R$ 48,22/m². Nesse contexto, o “auxílio aluguel” oferecido para o povo é insuficiente para adquirir novas moradias.
Até o presente momento, nenhuma instituição do velho Estado deu qualquer solução ou atendeu o apelo das massas.