Na última terça-feira (22/04), o Ministério Público moveu uma ação para suspender a posse de Alanna Galdino como conselheira do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). Ela é filha do presidente da Assembleia Legislativa, e é acusada de uma série de irregularidades, que incluem atuação como funcionária fantasma.
Uma auditoria do TCE levantou indícios de que Galdino seria uma funcionária fantasma na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, onde teria recebido indevidamente R$ 646 mil. Isso é reforçado por ela estar matriculada em um curso integral de medicina em Campina Grande, apesar de o cargo que ocupa em João Pessoa ser de regime presencial e dedicação exclusiva. A nomeação para conselheira do TCE também requer o exercício de funções que exigem conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos, financeiros ou de administração pública por, no mínimo, 10 anos, o que não teria ocorrido.
No início de abril, a justiça do estado já havia suspendido a nomeação de Galdino, alegando favorecimento indevido, principalmente pela ausência da sabatina pública na Assembleia, uma etapa obrigatória. Porém, a suspensão foi revogada no dia seguinte, por recurso apresentado pela própria ALPB. Apesar das denúncias, na quarta-feira (23/04), o pleno do TCE autorizou a posse, só adiando o julgamento para uma nova análise depois de um pedido de vistas do Ministério Público de Contas.
Galdino foi a única candidata para a vaga deixada com a aposentadoria de Arthur Cunha Lima. O cargo é vitalício e o salário é de R$41 mil. Para se candidatar, são necessárias 12 assinaturas na ALPB, a disputa costuma ser acirrada e demandar acordos entre os deputados. Por isso, a nomeação da filha do presidente da Assembleia levantou suspeitas de favorecimento e nepotism