MS: Comitê Socorro Popular mobiliza bairro por Reforço Escolar

MS: Comitê Socorro Popular mobiliza bairro por Reforço Escolar

Crianças tem aula de reforço escolar. Foto: Banco de Dados AND

Surgido da iniciativa dos movimentos populares para mobilizar as massas contra os impactos da crise geral agravada pela pandemia da Covid-19, o Comitê Socorro Popular segue brigando para solucionar os problemas do povo, junto aos moradores de uma ocupação urbana em Dourados, no Mato Grosso do Sul.

No último período as atividades do CSP centraram no reforço escolar para as crianças, tendo em vista a defasagem gerada por quase 2 anos da EaD nas escolas públicas, e também partindo do princípio que o acesso aos conhecimentos científicos sistemados pela humanidade é um direito do povo. Já que o velho Estado nega este direito, a atividade no bairro prova que só a luta independente, classista e combativa pode dar frutos na solução dos problemas concretos da vida do povo pobre. Como o AND tem chamado atenção, a crise do capitalismo burocrático avança enormemente a exploração das massas e assola com a fome e a miséria milhões no país. Isso fica expresso no bairro onde atua o CSP, sendo fruto da luta por moradia de trabalhadores de várias origens (sem-terras, imigrantes venezuelanos, brasiguaios e indígenas), proletários ou semiproletários que enfrentam a carestia da vida e vertem seu suor para garantir o mínimo para a família. 

Com o trabalho inicial do CSP no bairro em 2020, foram feitas máscaras e sabão em conjunto com os moradores, já que em meio à pandemia, as massas mais pauperizadas foram abandonadas pela política de terrorismo de Estado que em momento algum garantiu condições mínimas para a proteção do povo: não houve testes, nem leitos, tampouco respiradores e oxigênios e a vacina veio somente após a morte de 600 mil brasileiros. Como resultado, o aumento da carestia de vida, os cortes de salários, o desemprego, a pauperização e o avanço da guerra reacionária contra as massas.

Com o avanço do trabalho do CSP em mobilizar e politizar as massas mais profundas do bairro ocupado, após dois anos de muitas lutas e vitórias conquistadas junto do povo da região, iniciou-se o reforço da Escola do Bairro. Inicialmente o reforço ocorreu em uma Escola Municipal próxima. Entretanto, atendia a poucos estudantes do bairro. Com a necessidade de se aproximar das famílias, começamos a luta para construir a escola junto aos moradores. O primeiro passo foi conseguir um pedaço de terra. Os próprios moradores se mobilizaram e arrumaram um terreno dentro da ocupação para ser construído o barracão da escola. Em seguida, foi iniciada a mobilização para a limpeza do terreno. 

Após a conquista do terreno para a Escola do Bairro, foram realizadas duas campanhas de autossustentação. A primeira com o objetivo de erguer o barracão e inciar as atividades. Já a segunda, voltada para a aquisição de cobertores e fabricação de ponchos e casaquinhos, para as crianças frequentarem a Escola do Bairro nos dias de frio. Ambas as campanhas, com muito esforço dos ativistas, moradores e apoiadores foram exitosas. Com o arrecadado, foi comprado telhas para o barracão. Apoiadores, doaram quatro caminhões de madeiras, caibros e vigas de eucalipto para a construção. Parte desta mobilização pelo terreno, as campanhas de arrecadação e, principalmente, o aguerrido espírito de luta dos moradores, apoiadores e ativistas em concretizar a construção da escola, realizamos com a realização de uma sessão de Cinema para as crianças.

Ainda, foi realizada uma panfletagem anunciando as atividades de reforço, sendo sua necessidade prontamente reconhecida pelos moradores diante da defasagem no processo de aprendizagem e ensino das crianças, quando a EaD nas escolas aplicou o pacto da mediocridade (professores fingindo ensinar, e estudantes fingindo aprender).  Tomando parte na luta pela Escola do Bairro, moradores se uniram para realizar uma festa junina e, assim, levantar novos recursos para os materiais escolares que seriam utilizados nas atividades. Doaram canjica, bolos, etc, fizeram quentão e cachorro-quente. Distribuíram pipoca e refrigerante, e venderam as comidas ao preço de R$1. As ações ao longo da luta pela construção da Escola elevaram o espírito das massas e são exemplo de mobilização e organização classista. 

No último dia 2, a Escola realizou sua primeira aula de reforço no bairro com as crianças, consolidando uma grande vitória nesse período. Toda a mobilização até o momento é fruto da persistência que busca elevar a consciência do povo em como organizados coletivamente podemos resolver nossos problemas, uma vez que velho Estado e seus gerentes de turno impõe cada dia mais suas políticas antipovo que alargam a fome, o desemprego, assim como os próprios oportunistas eleitoreiros – com discursos demagógicos – aproveitam-se da miséria das massas para alçar suas candidaturas. Os moradores aguardam as próximas atividades com ânimo e confiança.

Crianças tem aula de reforço escolar. Foto: Banco de Dados AND

Ativistas do CSP também realizaram um cinema para crianças das comunidades. Foto: Banco de Dados AND

Crianças tem aula de reforço escolar. Foto: Banco de Dados AND

Também foi organizado um arraiá na comunidade. Foto: Banco de Dados AND.

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