Trabalhadores da educação percorrem às ruas de Dourados durante greve da categoria. Foto:Simted
Os profissionais da rede municipal de ensino de Dourados, segunda maior cidade do estado de Mato Grosso do Sul, entraram em greve no dia 14 de março. Os trabalhadores da educação exigem o pagamento da reposição inflacionária de 10,06% para o setor administrativo e também que seja cumprido o novo piso salarial do magistério que prevê um aumento de 33,24% nos salários dos servidores da educação.
Em repúdio ao reacionário prefeito Alan Guedes (PP), os trabalhadores já haviam feito uma paralisação parcial em 10/03, quando realizaram ato no Centro Administrativo Municipal (CAM), na sede da prefeitura da cidade. Centenas de professores se reuniram no CAM, com bandeiras e faixas exigindo seus direitos.
Trabalhadores fazem assembleia e decidem pela greve. Foto: Simted
Já como parte da atual greve, os trabalhadores realizaram um ato no dia 14 de março em que compareceram professores, pais e alunos do ensino municipal, além de estudantes e professores universitários. O ato foi iniciado às 7h30 na praça Antônio João, região central da cidade. As movimentações do Sindicato Municipal de Trabalhadores em Educação (Simted), somaram-se às falas da Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ExNEPe) e da Alvorada do Povo, organização democrático-revolucionária de estudantes. As organizações demonstraram sua solidariedade com a categoria, expressando seu apoio e saudando a combatividade dos professores e servidores da Educação.
Trabalhadores se concentram na praça Antônio João. Foto: Simted
A mobilização foi vitoriosa, aglutinando um numeroso contingente de massas trabalhadoras. Ouviram-se, no ato, palavras de ordem como: Reajuste já!, Respeite a educação!, A greve é nossa, mas a culpa é do prefeito, bem como coros de Pelo direito de educar e aprender!, O reajuste nós queremos ter!, É greve, greve da educação! Nem sucateamento nem precarização! e É greve, greve, greve geral! Greve geral de resistência nacional!. O ânimo e a combatividade das massas prenunciam um ano de muitas lutas na cidade e região.
Do lado da administração municipal, houve criminalização e desinformação. O Instagram oficial da prefeitura de Dourados publicou um post criminalizando a luta dos profissionais da Educação em que se lê: “Justiça considera greve ilegal e proíbe paralisação de professores em Dourados”. O posicionamento da prefeitura reflete o do reacionário judiciário que, por meio do desembargador Sérgio Fernando Martins, decidiu suspender a paralisação, em despacho assinado na tarde do dia 12/03, sob pena de multa diária de R$ 50 mil ao Simted.
Profissionais da educação fazem protesto em frente à prefeitura de Dourados, no Mato Grosso do Sul.
A prefeitura ainda adotou a tática de colocar povo contra povo, ao notificar aos pais de alunos que aulas aconteceriam normalmente e ordenou o transporte da zona rural que circulassem para buscar as crianças. Anteriormente, a categoria já tinha iniciado conversas para a negociação salarial, que não resultaram em muitos resultados. O Simted havia repudiado a censura do governo municipal em reuniões nos dias 17/02 e 07/03, em que representantes do sindicato foram impedidos de falar ou participar dos encontros com a prefeitura. A luta, não obstante, segue firme: dos 45 estabelecimentos municipais de ensino, só menos de 10 escolas não tiveram adesão de 100% de seus funcionários e, nos casos em que não houve tal consenso, o número de contrários foi muito baixo. A maioria das instituições de ensino municipais seguem, portanto, paralisadas.
Ativistas da ExNEPe estiveram presentes no ato prestando apoio à luta dos trabalhadores. Foto: Banco de Dados AND
Ativista exibe o jornal Estudantes do Povo, órgão de imprensa do movimento estudantil revolucionário. Foto: Banco de Dados AND
Ativista exibe o jornal Estudantes do Povo, órgão de imprensa do movimento estudantil revolucionário. Foto: Banco de Dados AND
Ativistas do movimento de estudantil, Alvorada do Povo, também estiveram presentes no ato. Foto: Banco de Dados AND