Nota enviada à Redação de AND na primeira semana de abril sobre evento ocorrido na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul, em 28/03.
No dia 28 de Março, ocorreu, na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), o evento “DIA NACIONAL DE MEMÓRIA E LUTA: EDSON LUÍS VIVE!,” organizado pela UE-AP (União Estudantil Alvorada do Povo), RECC/FOB (Rede Estudantil Classista e Combativa, filiada à Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil) e estudantes independentes da universidade. O evento contou com a presença de mais de 100 estudantes de diversos cursos da universidade e serviu para resgatar a tradição de luta combativa do movimento estudantil na época do regime militar, apontando para os estudantes qual o caminho que devem seguir para enfrentar os ataques aos ataques do atual governo.
No início do evento foi realizado uma apresentação cultural com a conhecida canção “Para Não Dizer Que Não Falei das Flores”, um hino da resistência contra o regime militar que foi acompanhada emotivamente pelo público. Logo após, foi realizado a exposição dos estudantes que compunham a mesa fazendo um breve relato sobre a resistência contra o regime militar, focando na luta do restaurante Calabouço, onde ocorreu a morte do estudante Edson Luís, além da história de revolucionários que lutaram e morreram no período.
Também foi ressaltado o processo de criminalização dos movimento populares, que vem aumentando por parte do Estado em resposta às grandiosas lutas dos últimos tempos, na qual a juventude teve um papel destacado, em especial a condenações dos 23 das manifestações contra a Copa da Fifa. A mesa contou com a presença de uma estudante e liderança indígena da RAJ (Resistência Aty Jovem), que contou sobre as lutas dos povos indígenas, em especial dos estudantes; um estudante da Licenciatura em Educação no Campo (Leduc) também expôs sobre a luta que os estudantes da Leduc têm que realizar contra o fechamento e sucateamento do seu curso, além de um estudante que falou sobre a onda de ocupações secundaristas da qual fez parte.
Após as exposições, foi realizado um debate muito rico em que os estudantes relacionaram o momento vivido na época do regime militar com o atual, retomando sua tradição de luta e trazendo essas questões a luz de várias demandas atuais. Também foram produzidos diversos cartazes na oficina realizada pela manhã que forraram as paredes do auditório onde o evento estava sendo realizado com frases combativas e em memória dos estudantes e revolucionários tombados no regime militar.