MS: Indígenas e camponeses lutam contra fechamento de cursos na UFGD

MS: Indígenas e camponeses lutam contra fechamento de cursos na UFGD

Estudantes da UFGD denunciam o interventor Lino Sanabria, escolhido por Bolsonaro para reitoria da Universidade. Foto: Banco de Dados AND

No dia 10 de maio, estudantes e professores da Faculdade Intercultural Indígena (FAIND) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) organizaram um ato contra o fechamento dos cursos do seu departamento. O risco de fechamento é iminente e o reitor interventor Lino Sanabria disse que “o orçamento é zero” para esses cursos.  

Criada em 2012, a partir da demanda do Movimento dos Professores Guarani e Kaiowá com o curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, a FAIND conta ainda com a Licenciatura em Educação do Campo (LEDUC) e a Pós-Graduação em Educação e Territorialidades. O departamento atende cerca de 400 estudantes de mais de 17 municípios.

Pelo direito de estudar

Há anos os estudantes da FAIND demonstram combatividade diante das ameaças de fechamento do curso e reduções de bolsa que dificultam o acesso dessas populações historicamente excluídas do ensino superior. Em 2016, os estudantes da LEDUC participaram ativamente da ocupação da reitoria da UFGD no contexto de lutas contra o teto de gastos imposto pela gerência de Michel Temer e, no ano seguinte, fizeram uma ocupação contra a falta do vestibular para o curso. Posteriormente, não faltaram problemas, aprofundados pela intervenção do governo militar genocida de Bolsonaro na reitoria da UFGD desde 2019.

Estudantes da UFGD em luta contra o fechamento de cursos. Foto: Banco de Dados AND

A chamada para o ato enfatizava o caráter de desmonte da intervenção diante da “faculdade que nasceu da luta ancestral dos povos originários Kaiowá e Guarani”. Mostrando mais uma vez que só a luta combativa garante os direitos, os estudantes da LEDUC conclamaram: “Defender a FAIND é defender uma Educação dos povos para os povos, é defender os territórios e a vida. E sabemos que o caminho é a luta. Essa luta é de todas/os nós”.

Estudantes da UFGD em luta contra o fechamento de cursos. Foto: Banco de Dados AND

Estudantes da UFGD em luta contra o fechamento de cursos. Foto: Banco de Dados AND

Estudantes tomam as ruas

A manifestação começou com concentração na FAIND e houve uma marcha até o Centro de Convivência da UFGD, onde foram feitas falas públicas. Os que falaram ressaltaram a importância de defender a universidade pública, a luta pela autonomia universitária contra a intervenção e contra o governo de Bolsonaro.

Ato percorre as ruas do entorno da UFGD pelo direito de estudar e aprender. Foto: Banco de Dados AND

Um manifesto intitulado “Resiste FAIND” foi distribuído aos trabalhadores que passavam no local. Os estudantes denunciavam ainda que o problema não é meramente orçamentário, mas, sim, político. As políticas de desmonte do ensino público do governo militar de Bolsonaro e generais foram denunciadas como parte da política de privatizar toda a educação pública do Brasil. Segundo os estudantes, ela reflete um projeto de destruição e privatização da educação pública, da educação escolar e do ensino superior indígena e camponês.

A combatividade é apontada pelos estudantes em luta como a única forma de defender o direito de estudar e permanecer na Universidade: “Não serão os reis do agronegócio e os herdeiros das caravelas que derrubarão nosso direito de estudar e permanecer na Universidade”.

Ato percorre as ruas do entorno da UFGD pelo direito de estudar e aprender. Foto: Banco de Dados AND

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