Comitê de Apoio ao AND de Dourados (MS)
O kaiowá Dorvalino Cláudio perdeu sua vida em um atropelamento criminoso numa estrada de terra próximo à sua casa na noite de 18 de novembro.
O indígena, morador da Reserva Indígena de Dourados (RID), saia de sua casa acompanhado de outro kaiowá quando foi surpreendido por uma camionete em alta velocidade, que segundo relato, mesmo podendo passar longe dos dois indígenas, foi para cima dos mesmos. Dorvalino, atingido pelo veículo, foi lançado para uma valeta que escoa a água da plantação de soja do latifúndio que cerca a aldeia. O indígena que o acompanhava buscou socorro e o corpo de Dorvalino foi encontrado sem vida quando a ambulância chegou.
Atropelamentos contra indígenas como este são comuns de acontecer na região da Grande Dourados, principalmente na rodovia entre Dourados e Itahum, que corta a RID ao meio e próximo a retomadas. Muitas propriedades incidem na área demarcada da Reserva, que por conta disso, não está ocupada pelos indígenas. Outras áreas, não demarcadas, são reivindicadas pelos indígenas pelo fato do espaço da RID ser insuficiente para suprir as demandas de 16 mil pessoas em pouco mais de 3.400 hectares. Por tais razões, essa é uma zona de intenso conflito por conta da luta e resistência dos povos indígenas.
A família, revoltada, fechou a estrada em protesto pelo fato injusto e a já esperada impunidade ao responsável de mais um crime contra os indígenas. Dorvalino não é apenas mais um que entrará para os índices de violência contra os povos do campo que sofrem diariamente com as investidas desse Estado de grandes burgueses e latifundiários, serviçais do imperialismo. Sua vida e a de tantos outros que já tiveram seu sangue derramado será vingada com muita luta e resistência.