MS: Permanência de Força Nacional em Dourados e Caarapó é novamente prorrogada

MS: Permanência de Força Nacional em Dourados e Caarapó é novamente prorrogada

Militares entram em aldeias em Dourados. Foto: Reprodução

O governo reacionário de Bolsonaro/generais, através do Ministério da Justiça chefiado por André  Mendonça, decretou no dia 14 de janeiro a prorrogação por mais 45 dias, da presença da Força Nacional de Segurança Pública nas cidades de Dourados e Caarapó no estado do Mato Grosso do Sul (MS).

Conforme consta na portaria assinada e publicada no Diário Oficial da União (DOU), a tropa está na região para atuar “com ênfase no policiamento ostensivo para prevenção de conflitos agrários por questões fundiárias” e apenas de maneira secundária “no combate aos crimes transnacionais de contrabando, tráfico de drogas, armas e munições”, como estes tanto alardeiam.

A chegada dos militares em Dourados foi assinada pelo então Ministro da Justiça, Sérgio Moro, em 2020 com um prazo de 180 dias em meio ao acirramento disputa de terras. Já em Caarapó os militares chegaram em 2016, autorizado pelo então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, após a tentativa de retomada dos indígenas da aldeia Tey Kuê, da Fazenda Yvu, quando ocorreu o assassinato de Clodiodi Aquileu dos Santos, Guarani-Kaiowá e agente de saúde indígena. Em ambos os casos a permanência se estende até a presente data.

As verdadeiras intenções dos militares: repressão ao povo e proteção ao latifúndio

Conforme já denunciado pelo AND, uma das primeiras ações da Força Nacional, ao adentrar no território Guarani Kaiowá em Dourados no ano de 2020 foi atirar contra os indígenas durante uma incursão sobre a área, realizada em conjunto com o latifúndio da região. Na ocasião, os militares se reuniram com latifundiários das seguintes organizações: Sindicato Rural, Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced), e com os antigos aliados dos senhores de terra, representantes do velho Estado, o então presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Alci Teixeira; também com a Polícia Federal, a Secretaria de Estado de Segurança Pública, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), a prefeitura de Dourados e com o Poder Legislativo Estadual. 

Após a reunião ocorrida durante a noite de 27/01/20, seguranças privados a mando do latifúndio tentaram derrubar moradias dos indígenas e feriram um dos guarani no braço. Pela manhã do dia 29/01/20, a Força Nacional foi ao encontro do latifúndio em uma sede de uma fazenda e em seguida quatro viaturas se dirigiram ao território dos guarani junto com os fazendeiros e pistoleiros legalizados que estavam em uma caminhonete preta e abriram fogo contra os indígenas.

Porém, os guaranis não se intimidaram e denunciando a covardia dos carrascos, expulsaram os invasores.

Leia mais: MS: Força Nacional ataca povo Guarani Kaiowá em Dourados

Outro momento de luta intensa ocorreu em janeiro de 2018 quando cerca de 200 famílias ocuparam uma área da JBS em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

As velhas alianças e seus pedidos “honrados”

O pedido da permanência dos militares por sua vez foi feito pelo governador de MS, Reinaldo Azambuja/DEM, denunciado por corrupção e organização de quadrilha em uma ação que através de desvio de dinheiro dos cofres públicos, entre os anos de 2014 e 2016, beneficiou a empresa burocrático-latifundiária JBS em valores que ultrapassam 209 milhões de reais.

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