Trabalhadores do frigorífico Beta Carnes, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul (MS), conquistaram o pagamento dos salários atrasados após a realização de um protesto em frente à sede da empresa, no dia 18 de julho. Os trabalhadores já haviam realizado também uma paralisação no início do mês. Apesar do pagamento dos salários, a empresa ainda deve quatro meses do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS).

Os funcionários denunciavam que o atraso salarial se deu no início de julho, quando em torno de 160 trabalhadores não receberam o pagamento na data prevista. No dia 08/07, os 160 funcionários paralisaram as atividades. Como resultado, a empresa realizou o pagamento de metade dos trabalhadores e afirmou que no dia 15/07 iria pagar o restante dos funcionários, mas o acordo não foi cumprido.

De acordo com uma trabalhadora entrevistada pela MidiaMax (do monopólio de imprensa UOL), a empresa estava simulando uma troca de proprietários a fim de prolongar ainda mais o atraso. “Prometeram que iam pagar ontem [no dia 17/07], mas não caiu nada. Só disseram que trocou o dono e que ele iria assumir a folha de pagamento do antigo proprietário. Mas pra mim, o antigo dono está colocando outro no lugar para poder sair de fininho e não nos pagar”, disse.

Como resposta, os trabalhadores de mobilizaram no dia 18/07 para um protesto em frente à sede do frigorífico. Cerca de 80 trabalhadores participaram da manifestação, que arrancou o pagamento dos salários atrasados no dia seguinte. 

O caso é similar a outros que recentemente ocorreram pelo País, no cenário de violação cada vez maior dos direitos dos trabalhadores frente ao avanço da crise. Somente na última semana, dois protestos de diferentes categorias ocorreram em Alagoas pelo pagamento dos salários e outros direitos. No Rio Grande do Sul, semelhante mobilização ocorreu, na qual os trabalhadores do Instituto de Cardiologia conquistaram o pagamento dos salários após uma paralisação.