Foto: Lídia Oliveira/Cimi
Ocorreu, nos dias 18 a 22 de setembro, a 5º Kuñague Aty Guasu (grande assembléia de mulheres Guarani e Kaiowá), na retomada Kurussu Ambá, município de Coronel Sapucaia (MS), fronteira com o Paraguai. Participaram diversas lideranças, nhaderus e nhandecys [rezadores] de todo o Mato Grosso do Sul, onde os povos indígenas seguem sua heroica batalha por território contra o latifúndio, a grande burguesia e o imperialismo. Estiveram presentes prestando solidariedade “karaís aliados”, como professores, estudantes e ativistas de organizações populares.
A assembléia foi espaço de discussão e encaminhamentos sobre a luta Guarani e Kaiowá, destacando a participação das mulheres indígenas nesta luta. Crianças, jovens, professoras, estudantes e nhandecys seguem resistindo e fortalecendo a participação feminina na resistência. Em um dos momentos, estiveram presentes representantes da Funai, entre eles o general Ribeiro de Freitas, atual presidente. Sem respostas para as reivindicações, ao militar coube apenas promessas. As guerreiras e guerreiros afirmaram que o caminho da luta segue sendo o avanço das retomadas de suas terras tradicionais. “Se o governo não concluir a demarcação de nossas terras, vamos continuar retomando nossos tekoha. Nós mesmo vamos demarcar as nossas terras”, afirmou uma das indígenas.
Uma representante do Movimento Feminino Popular (MFP) e da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) saudou calorosamente a assembléia e a luta, especialmente das mulheres indígenas. Destacou em sua intervenção a importância de unir camponeses e indígenas, pois ambos enfrentam o mesmo inimigo, reafirmando que o caminho de dos povos originários é o da Autodemarcação de suas terras, único modo dos Guarani e Kaiowá (e outras diversas etnias) garantirem seu modo de vida tradicional. Somente com uma Revolução Democrática o Brasil pagará esta divida histórica.
Link do documento final: http://cimi.org.br/pub/MS/aty-kuna-2017/2017-09-Documento-final-da-V-Kunangue-Aty-Guassu.pdf