Montagem dos tiros contra a casa do dirigente camponês Derisvaldo de Sá. Foto do arquivo pessoal do dirigente camponês
O camponês Derisvaldo de Sá, presidente da Associação Gleba União, tem sofrido uma série de atentados e ameaças de morte, segundo denunciou a Ponte Jornalismo, no dia 21 de fevereiro, em seu portal. A associação tem forte atuação na luta camponesa em Colniza, no estado do Mato Grosso.
Segundo Derisvaldo, no dia 12 de fevereiro, sua casa foi alvo de atentado a tiros por pistoleiros. Ele estava dormindo com sua companheira quando sofreu o ataque. “Eu sou um homem marcado para morrer, só não sei quando. Já foi falado que eu vou morrer de acidente, de assalto. Não posso ir mais em uma lanchonete, pizzaria… Basta escurecer e eu fico dentro de casa”, disse o dirigente camponês em entrevista à Ponte.
Na mesma entrevista, Derisvaldo afirma que, além dos grupos de pistoleiros (que organizaram o massacre de Colniza em 2017 e a tentativa de massacre em 2019), a Polícia Militar tem feito, junto com o latifúndio, ameaças contra os camponeses assentados nas terras improdutivas da Fazenda Magali. “A gente continua sendo ameaçado por policiais, por oficiais, por juízes corruptos”, denuncia.
A associação atua principalmente na luta pela tomada da Fazenda Magali, de posse do ex-deputado estadual José Riva, palco de uma chacina de nove camponeses em 2017 – conhecida como Chacina de Colniza – e de uma tentativa de massacre, ocorrida em 2019, que assassinou o camponês Eliseu Quedes, no dia 5 de janeiro.