Milhares de faixas, bandeiras e cartazes repudiam a ocupação americana. Foto: Banco de dados AND
Durante o final da quarta semana de janeiro, cerca de 250 mil manifestantes, em Bagdá, saíram às ruas para exigir o fechamento de todas as bases militares estrangeiras no Iraque e a suspensão de todos os “acordos de segurança” com o USA.
No dia 24, os manifestantes começaram a se reunir no centro de Bagdá cedo da manhã, e várias horas depois, a área estava lotada. Muitos carregavam bandeiras nacionais do Iraque, assim como cartazes denunciando a presença militar do USA no país. Manifestantes entoavam a palavra de ordem Morte à América!, e alguns carregavam figuras de papelão do presidente do USA, Donald Trump. Em um cartaz no meio da multidão lia-se: Para as famílias dos soldados americanos: insistam na retirada de seus filhos de nosso país ou preparem seus caixões.
Manifestante carrega cartaz escrito “Saia do Iraque”, durante protesto pela expulsão das tropas ianques do território iraquiano, no dia 24 de janeiro de 2020. Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP, via GETTY IMAGES
Já no dia 25, o governo iraquiano voltou a atacar brutalmente manifestantes que exigiam o fim da corrupção e da exploração do governo iraquiano. Os agentes policiais dispararam gás lacrimogêneo e munições que mataram quatro pessoas e feriram outras dezenas.
Em Bagdá, pelo menos uma pessoa foi morta e mais de 30 feridos em confrontos entre a polícia e os manifestantes perto da praça Tahrir. Os confrontos na capital ocorreram depois que os policiais tentaram dispersar a massa com brutal repressão e remover barricadas de concreto, perto de onde manifestantes acamparam durante meses na onda de protestos que abala o país.
Milhares de Iraquiano lutam contra as forças de ocupação. Foto: Banco de Dados AND
Na cidade de Basra, no sul, as forças de repressão invadiram o principal local de protesto popular de um dia para o outro e colocaram seus cães de guarda para impedir que os manifestantes se reunissem lá novamente. A polícia prendeu pelo menos 16 manifestantes na cidade. Outros três manifestantes morreram e 14 ficaram feridos na cidade sulista de Nassiriya, quando as forças de repressão assumiram o controle de uma ponte ocupada durante dias por manifestantes.
Estado fantoche iraquiano reprimi brutalmente seu próprio povo. Foto: Murtaja Lateef/EPA, via Shutterstock
As forças repressivas iraquianas têm usado gás lacrimogêneo e munições de fogo contra manifestantes desde que grandes protestos contra o sistema de exploração eclodiram em Bagdá, em 1º de outubro. Mais de 450 pessoas morreram vítimas da violência do Estado iraquiano, fantoche do imperialismo ianque, de acordo com o monopólio de imprensa Reuters.
Manifestante joga água em rosto de companheiro afetado pelo gás lacrimogêneo. Ahmed Dhahi/ Reuters